Projeto VIVA +

domingo, 23 de março de 2014

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS (E VOCÊ).

QUEM ESTÁ NO CONTRÔLE ?  


                       É bastante comum, em pessoas que levam consigo algum tipo de transtorno, ficarem se questionando se merecem ou o que fizeram para carregar tamanho peso sobre os  ombros. Ao invés de persistirem e levar adiante o questionamento, se entregam ao pessimismo de que nunca conseguirão livrar-se dele.  

                     Transtorno psiquiátrico (não se assustem com o nome), a gente não se livra, convive e, dependendo de alguns fatores que irei colocar aqui pra vocês, a convivência pode ser muito próxima de uma vida normal, tendo ainda a chance de perseguir os próprios sonhos e de conquista-los.  

                         Isso não é otimismo, é uma possibilidade real.

Quando somos portadores de certa condição psiconeurológica, que de alguma forma compromete (em parte) a nossa vida como um todo, é imperativo analisar o quadro sob 3 (três) faces distintas, para que tenhamos a oportunidade de mensura-lo, para que desta forma possamos descobrir o quanto de nós está sendo comprometido e do quanto ainda podemos dispor, de energia, para manter-nos no controle.  

As 3 (três) faces são:  
1) O grau de consciência ou de conhecimento, sobre o meu tipo de transtorno; 
2) O grau de controle da minha vontade diante deste problema; 
3) O meu grau de passividade diante do transtorno.  

Estas três condições caminham alternadas, diante deste ou de qualquer outro tipo de problema, neuropsicológico ou não.  Eles são termômetros que indicam o quanto estou sendo influenciado ou comprometido em minhas atividades, podendo me dar uma ideia do quanto ainda posso dispor para viver melhor. 

Há, dentro de nós, uma energia vital (libido), cuja qual direcionamos em situações que julgamos ser mais relevantes ou, quando neste caso, estamos sendo comprometido por alguma forma de problema médico ou psicológico, comprometendo demasiadamente essa energia, mais em auto questionamentos e pessimismos do que para extrair deste problema, uma forma de não me consumir em demasia, me causando transtornos.

Primeiramente, entender o que exatamente está acontecendo. Porque (sem se culpar) “fui” acometido deste tipo de transtorno e o que posso fazer para que ele não sugue boa parte da energia que preciso para desenvolver meu trabalho, tarefas e minha vida ?  Se o nosso carro apresenta um problema repentino, conhecer este problema pode fazer com que eu dê continuidade na minha viagem, com o mesmo carro, sem grandes atrasos.

Segundo, saber o quanto ainda estou no controle da minha vontade, diante deste problema médico e se não estou desprendendo e desperdiçando energia demais em auto lamentações ou pessimismo, criando um verdadeiro desfalque de energia e força, para dar continuidade em tarefas que ficaram suspensas, por conta de algo que julguei ser impossível contornar.  

Existem recursos médicos  e terapêuticos que nos auxilia à reencontrar nossa estabilidade emocional, funcional e produtiva e, se não está dando certo é porque algo está falhando.  Admitir que precisa de ajuda não é vergonha alguma.


Devemos nos conscientizar de uma coisa importante: Nossa história, nosso roteiro, já está escrito antes mesmo de nascermos e nele (escrito por Deus, nosso maior roteirista) não prevê que soframos, porém, se estamos passando por algum tipo de provação dolorosa, é porque de alguma forma saímos do roteiro, tomado talvez por demasiado desespero ou pessimismo, que nos impede de retomar nosso “script”.  

                Recomece de onde parou, converse com o “roteirista”, aproveite melhor sua energia e também a Dêle e verá que as coisas vão entrar nos eixos de novo.  Não carregamos mais peso do que possamos suportar, fique certo(a) quanto à isso.


Terceiro: Examine o quanto está demasiadamente passivo(a) diante do problema e saiba que boa parte desta energia não está tendo destinação apropriada.  Escrever estas palavras não me exime de ter problemas ou sofrimentos; eu os tenho (que também são grandes) como em qualquer pessoa;  problemas que poderiam me levar às drogas, depressão, alcoolismo ou mesmo ao suicídio.  

Apenas eu não deixo que minha energia, seja ela toda comprometida em pensamentos derrotistas e que Deus está comigo no controle, 24 horas e que me lembra disso toda vês que vejo um arco íris no céu, sinal da sua aliança conosco.


Nenhum problema é maior do que o do outro, não devemos competir se o meu problema é maior do que o seu e sim, diminuir minha passividade diante dele, alimentando o controle sobre minha energia, minha vontade e meu desejo de viver bem e cada vês melhor, dentro da minha realidade, que não é mais difícil do que outros, apenas um pouco diferente, mas que depende também de mim para torna-lo ainda melhor.

                        Se Deus não acreditasse em nós, não nos confiaria essa oportunidade de crescer. 
  
                     No tamanho do nosso fardo está a capacidade de levarmos junto, um pouco mais, daqueles que também precisam de nós.  Você é especial para Deus. Acredite nisso.  


                        Definitivamente, somos pelo o que somos.  



                                                                   Amadeu Epifânio



                       Projeto VIVA+ - Viver bem é Possível ! 


                       Corrigindo Passos para um Caminho Seguro.

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7 comentários:

  1. Td q li escrito aki foi falando de q realmente esta em nossas mãos o remédio mágico , e não é bem assim. Vcs q só estudam, não pode dar certeza pq nunca sentiram , apenas estudam mas mas não tem experiências de viver como vivemos.Nem mesmo um depressivo é capaz de entender o outro.Tem mt gente q sente tristeza e já diz ser uma depressão.Depressão eu tenho !!! eu não sinto , EU TENHO .Jamais uma pessoa depressiva com todos os transtornos de essa doença faz conosco. Nao consegue sair dela pq não temos uma certeza de nada .







    nyce226@hotmail.com







    nseyvpr

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  2. Ivanice, o texto não propõe a cura mágica de depender só de você, mas propõe mensurar sua capacidade e limitações para lidar com seu transtorno. Sei muito bem o que vocês passam e justamente por isso propus este texto. Eu estou à beira de uma depressão de verdade e, se eu não estiver no meu controle, conhecendo os limites que me separam de tê-la, com certeza já estaria mergulhado nela. Muitas vezes, ficamos mais focado no que não podemos fazer do que olhar pra trás e ver o quanto já caminhamos, com esse "saco de cimento" nas costas. Leia este texto novamente, porque sei que ele pode te ajudar. Seja feliz, porque é possível. ok ? Abs.

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  3. Ola Amadeu,

    Gostei muito desse post.

    Vc colocou o link no meu blog uma mente inquieta.

    Gostaria de saber se posso replica-lo no meu blog, colocando a fonte?

    Abraços

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  4. Claro que pode, fico feliz que tenha gostado. Qualquer coisa, pode me contatar, ok ? Obrigado. Fique com Deus.

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  5. Muito bom e esclarecedor seu blog. Não estou numa fase muito boa da minha vida mas espero em breve estar bem.

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  6. O conteúdo do texto é muito pertinente, contudo em meu caso, até certo tempo não me incomodava tanto com meus possíveis problemas.Explico, sempre senti dificuldades para certas atividades (as mais variadas),hora era taxado de preguiçoso, hora era taxado de acomodado, hora era taxado de estranho, hora era taxado de retardado.Desde de tenra idade ouço estas classificações e seus sub sistemas. Lembro, no Jardim de Infância, que ficava desesperado ao ver minha mãe se esvaindo em lágrimas a me perguntar os motivos de meu "mal comportamento" na escolinha e por quê a "Tia" sempre reclamava de mim,e completava o solilóquio peguntando-me se eu não a amava. O mais complicado era que meus pais tomaram conhecimento meu déficit de atenção, eu já devia estar com cerca de 12 anos,eu não fazia ideia de que isso existia, quanto mais comigo.Imagino que esta informação para eles fosse deveras complexa e difícil de assimilar.O diagnóstico fora feito por um amigo muito próximo e por quem tenho profundo apreço, contudo meus pais não dividiram este "fardo" comigo. Tomaram a coisa como se fosse uma confirmação de todos aqueles anos de altos e baixos (elogios e feitos exemplares X críticas e resultados embaraçosos). Rótulo recebido (o qual só fui tomar conhecimento muitos anos depois)"Meio Retardado". Em tempo, não duvido e nunca duvidei do amor de meus pais, sempre estiveram a meu lado e sempre torceram por mim. Procuravam me inserir em situações nas quais eu me aprofunda-se, música, cinema, esportes, teatro, literatura, meu pai orgulhava-se como uma criança quando me via crescendo na música,e nos estudos de história e política, minha mãe corria por fora para que não houvessem obstáculos e choques entre mim e o mundo. Contudo, não ter sido tratado com um pouco mais de preparo e realidade, hoje cobra um preço alto. E quem esta pagando este preço são minha esposa e minha filha. Minha esposa é médica e desde o dia em que nos conhecemos ela percebeu meus curto-circuítos. Quando nos casamos meus pais a chamaram em particular e, com a melhor das intenções, informaram a ela que eu seria uma pessoa despreparada para o casamento, que não saberia discernir as conveniências e as inconveniências do cotidiano matrimonial, e que isso se daria devido ao meu "meio retardo"! Minha senhora ficou muito magoada com o fato e chamou a atenção deles pelo modo como tratavam o problema, que pelo visto não seria tão grave, e pelo fato de tratarem com tanto tabu de minhas peculiaridades.A partir disso fui encaminhado a especialistas, guiado por minha esposa, e passei a ser tratado. Contudo, desde então, passei a ser enquadrado com mais rigor e todas as minhas atitudes,pensamentos e idéias passaram a receber o selo TDA (que acho melhor que "meio retardado"). Mas tenho falhado demais, não trago estabilidade para minha família, minha esposa precisa nos sustentar com 3 empregos(eu trabalho mais não consigo bons empregos),as coisas boas que a minha filha tem e aprendeu foram dádivas do trabalho de minha esposa, não consigo passar em concursos, não consigo sequer a maldita carteirinha da OAB, sempre arranho as portas da esperança quase sendo aprovado, mais é só, nada mais que isso.E erro,e cometo gafes, e falo a coisa certa na hora errada, e tomo decisões erradas...e minhas esposa e filha frustram-se, padecem no paraíso por conta do meu despreparo. Como não pensar sempre nisso? Como evitar a via cruccis de lembrar todos os erros cometidos? Carregar pedras, creio em meu caso, é parte do plano. Um Abraço a Todos!

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  7. Fabrício, meu amigo, lamento muito por tudo isso, mas não quero que se martirize tanto. Sua maior dificuldade não está nas suas limitações e sim, na limitação das pessoas em entender você e eu vou te dizer porque. Estou chegando à conclusão que pessoas como você, portadoras de TDAH, estão precisando (sério), de uma espécie de personal trainer. Vou explicar. Quem carrega consigo o TDAH, em geral tem dificuldades de administrar a própria vida, como compromissos, estudos e trabalho e o que vocês precisam é disciplinar o corpo e a mente para agir do jeito certo. Vocês que estão carregando consigo (assim como em todos em geral, com ou sem TDAH) um outro lado seu, interior, infantil e inconsciente, que são os nossos impulsos. O que acontece com quem é portador de TDAH é que está havendo uma espécie de fusão entre os dois, ou seja, seu estado consciente e inconsciente (os impulsos), estão brigando pelo controle do corpo. Estes impulsos estão sempre querendo nos atropelar. Lembra daquela frase, tipo: "Como fui capaz de fazer isso ?" É por aí. Pra corrigir isso, só com disciplina, exercício e treinamento, pra retomar o controle e sufocar a influência dos impulsos. Em poucos meses, acredito, você vai estar levando uma vida bem mais organizada. Mas precisa ter uma pessoa pra te orientar e corrigir suas dificuldades, bem como de todos que tem TDAH. Tenho certeza que, os que conseguem driblar essas dificuldades, estão conseguindo com treinamento e exercício, com ou sem ajuda de terceiros. Disciplina e persistência. Pensa nisso. Grande Abraço. Se cuida.

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