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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ESQUIZOFRENIA


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A Esquizofrenia é, ainda, um dos grandes desafios da medicina, dada a sua enorme complexidade com que é manifestada por um mesmo portador.  Entre alucinações e paranoias (sem contar outros sintomas atípicos de uma pessoa normal), a esquizofrenia vem provocando a ciência à tentar descobrir o que realmente acontece (ou aconteceu), para que uma pessoa venha a  adquirir um transtorno de enorme complexidade.

A esquizofrenia nos faz lembrar a ideia de perda de controle ou de comando sobre si próprio (sua vontade), o que nos faz lembrar em parte do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, com características semelhantes, embora de natureza não tão grave quanto da esquizofrenia.  O que existe no TDAH é um sério distúrbio de comportamento, enquanto que, na esquizofrenia, o distúrbio mental é mais sério, cujas manifestações são variadas e potencializadas conforme o grau de comprometimento cognitivo e intelectual do seu respectivo portador.

Via de regra, o ser humano assimila, diariamente, centenas de informações, através de alguns dos sentidos de percepção onde, partes destas informações são adquiridas de forma consciente e outra parte, de natureza inconsciente, ou seja, aquela em que não nos damos conta.  Como é de se esperar, nosso cérebro (automaticamente) realiza a seleção, separando as informações que buscamos, daquelas que chegaram “de penetra”, onde as mesmas encontram no cérebro um lugar específico para ficarem, enquanto as que procuramos são processadas para uma destinação mais imediata ou mais específica.

                       Como é grande a quantidade de informações assimiladas, não é difícil pressupor que as mesmas venham, ocasionalmente, gerar no indivíduo, pensamentos aritméticos resultantes e também frequentes e que, muitas vezes viaja mais rápido que a velocidade do vento, onde em fração de segundos é possível até desenvolver uma pequena história, em decorrência de algo captado pela mente, em meio à tanto que foi assimilado.  Isso não se trata de loucura e sim, de um estado de alerta e de atenção da mente e que apesar disso é de curta duração e inofensivo para os não esquizofrênicos.

Já com os portadores da esquizofrenia existem essas duas características, (digamos negativa), ou seja, a capacidade de seletividade das informações é comprometida seriamente e a segunda característica é a de que estes pensamentos (oriundos do acúmulo de informações recebidas, sem destinação), não desaparecem após sua rápida aparição e sim, se tornam presentes, ganhando vida e força, interferindo sobre o estado consciente e sobre a vida da pessoa, de forma impactante, presente e socialmente destrutiva.

Pensamentos que deveriam ser padrão para alguns, no paciente esquizofrênico eles ficam ruminando o tempo todo, formando ecos e criando alucinações auditivas e involuntárias, que por sua persistência, materializam-se, criando paranoias comportamentais, acreditando fielmente na veracidade dos fatos que foram criados à partir de uma falha de controle de informações adquiridas. Fatos semelhantes se notam em alguns tipos de sentidos, como olfato, audição e visão, levando o esquizofrênico à falsas percepções de sons, vozes e cheiros.

Existem na esquizofrenia vários sintomas, como os recorrentes e os secundários.  O primeiro, diretamente ligado à esquizofrenia, como as alucinações e paranoias, enquanto os sintomas secundários ficam relacionados especificamente ao histórico de cada paciente, de cada portador de esquizofrenia, pois que em cada um, apesar do “transtorno”, existe uma história de vida diferente, concepções e valores específicos e diferentes que mesmo assim, de longe são relevados até mesmo pelos os que estão mais próximos.  Que dirão os outros.

Como em outros transtornos e em cada portador, a mente procura encontrar formas de se comunicar ou de chamar atenção, que nunca é compreendida pelos o que estão próximos.  Em geral agem de forma à chamar a atenção para si, com gestos e ações contrários ou manifestações fora de contexto, numa tentativa (quem sabe) desesperadora, de dizer que está presente e tentando interagir.  Mas a constante frustração e o medo de ser sempre julgado erroneamente (apenas pelo o que se vê), o levam ao isolamento social e até muitas vezes à própria clausura.

Um fator relevante e que quase sempre pode agravar o quadro esquizofrênico é o de alguns sentimentos decorrentes dos seus portadores (provavelmente motivados pelo medo do preconceito das pessoas que não entendem, não quer conhecer e muito menos aprender a lidar com a esquizofrenia).  São os sentimentos de CULPA (pelo transtorno causado aos familiares), REMORSO (sentimento resultante); INSEGURANÇA/DESORIENTAÇÃO (por se sentirem estranhos, se não pior), numa sociedade que se recusa a aceitar o diferente, numa postura lamentavelmente triste e vergonhosa.

Agora vem o verdadeiro prejuízo causado por tudo isso, aos que sofrem de esquizofrenia: Estes sentimentos de culpa, remorso, insegurança e desorientação, potencializam de forma grave “aqueles” pensamentos que ficam ruminando insistentemente, transformando-os em alucinações auditivas e destes, em paranoia, por acreditarem que muitos os perseguem de toda forma por serem diferentes, por serem o que são.

Eu cheguei à fazer a comparação com o TDAH pela seguinte razão: Enquanto no TDAH não é difícil restabelecer o controle sobre a vontade do corpo, através de exercícios de rotina disciplinar, objetivando com isso, resultados objetivos e diretos, na esquizofrenia, qualquer resultado que venha à ser trabalhado, seu propósito deve objetivar resultado indireto, uma vês que a questão do controle de seletividade e processamento de informações que se adquiri, é de natureza inconsciente e involuntária, não estando esta ação subordinada à vontade consciente.

Como estudioso do processo de tomada de decisão do ser humano, diante das situações mais adversas em que é submetido, as sugestões que ora faço, são as seguintes:

Primeiro, manter ou ingressar no tratamento psiquiátrico e medicamentoso, pois que os remédios ajudam na manutenção do equilíbrio emocional e cognitivo, além de torna-lo mais apto quando do tratamento terapêutico, que nos casos de transtornos, é sempre recomendado;

Segundo, trabalhar para melhorar o equilíbrio psicológico e emocional, para que os sentimentos de culpa, remorso e insegurança, sejam trabalhados e eliminados, pois os mesmos só servem para sustentar as alucinações e paranoias recorrentes, além de não terem porque sentir tais coisas, uma vês que vocês não pediram pra passar por tamanha provação, quando os familiares é que precisam encontrar formas mais harmoniosas de lidar com vocês.

Terceiro, proponho que se faça também, um exercício de auto-sugestão, para ajudar no restabelecimento do controle da vontade e da harmonia interior, à ser feito em momentos tranquilos (sempre que possível e independente de qualquer tratamento terapêutico, como psicológico ou psicanalítico), preferencialmente só, em harmonia consigo mesmo, isto é, sem estar aborrecido(a); 

As frases abaixo, devem ser proferidas de forma pausada, como se de fato fosse, sem tempo certo pra acabar, em média 3 x por semana e simultaneamente seguindo as determinações médicas e também as medicações.

                 
                        Vou, à partir de agora, retomar o controle da minha vida.

Não tenho porque me culpar por ser esquizofrênico(a).

Não quero mais sentir-me inseguro(a) pelo o que eu tenho.

Minha vida é valorosa, por isso sou dono(a) absoluto(a) dela.

Posso escolher entre o bem e o mal, entre o que é bom e o que é ruim.

Sou uma pessoa sã e tudo em mim funciona perfeitamente.

Não quero mais saber de paranoia.

Chega de alucinações.

Sou uma pessoa saudável e produtiva.

Deus me fez inteligente e saudável.

Pra saber fazer minhas escolhas.

Eu escolhi viver bem.



Ninguém faz nada, se não em razão de algo que o motive.  Esta frase que eu criei para justificar que nada do que acontece é gratuito, assim como os transtornos psiquiátricos, ninguém procura, ninguém deseja tê-los.  Da mesma forma, quero utilizar esta mesma afirmativa, agora para trabalhar o inverso, isto é, o restabelecimento da capacidade administrativa da mente em restabelecer o processo seletivo da mente, sobre tudo que é absorvido pelo mesmo, através dos nossos sentidos de percepção.  Nossa mente tem uma enorme capacidade de adaptar-se em situações de dificuldade e que, neste caso, não há de ser diferente.

Peço à Deus que Abençoe à todos os que sofrem de algum distúrbio neurológico.

Sempre à disposição.

                                               Amadeu Epifânio


Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !

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14 comentários:

  1. Namorei um esquizofrênico,o amo até hj,mas tive que por ponto final,por não suportar,tentei ajudar de todas as formas possíveis,sou bipolar mas não surto e nem tenho alucinações,a esquizofrenia é dilacerante! Pior quando o paciente não aceita tratamento,no início lutei muito,mas infelizmente a doença me venceu,hj não sei como ele está,mas sofro muito,é muito triste viu? Parabéns pela matéria,apenas não gostei da comparação com,TDAH pois fui uma criança imperativa,e não tem nada ver esquizofrenia com TDAH. São transtornos completamente diferentes.

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  2. Olá. Não fiz comparação direta entre os dois, apenas quanto ao fato da forma de como os objetivos terapêuticos devem ser trabalhados. De nenhuma forma estou menosprezando os efeitos causados pelo TDAH e muito menos menosprezando que os têm. ok ? De fato nada tem haver um com outro e me perdoe se deixei passar essa impressão, ok ? Eu devo à vocês todos, que de alguma forma carregam consigo um tipo de transtorno, pois que é através de depoimentos de vocês, que eu consigo desenvolver meu projeto, porque os resultados atingidos são destinados também à vocês. Grande abraço e obrigado por comentar.

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  3. Sr. Amadeu
    Gostaria de saber sua opinião sobre alguns relatos de pessoas que afirmam que os medicamentos para o tratamento da esquizofrenia agravam os sintomas, diminuindo as chances de uma qualidade de vida maior.Gostaria muito de ajudar uma pessoa do meu convívio,estou tentando entender a doença e seu tratamento.
    Obrigada
    Silvana

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  4. Silvana, olá, em atenção ao seu questionamento, informo o seguinte:

    Veja, realmente existem depoimentos assim, eu mesmo já vi muitos. Mas entenda, existem fatores que favorecem a ausência do efeito de alguns medicamentos. Um deles (quando é o caso) está nos horários em que o mesmo é consumido quando, dependendo da hora que é tomado, seu efeito não atende, ficando o mesmo atrasado ou adiantado à expectativa desejada.

    Outras vezes quando um mal súbito ou uma crise momentânea, fora de hora, leva seu portador à acreditar na falha do medicamento, quando na verdade nem sempre esse tipo de situação pode ser contido pela medicação.

    Medicamentos controlados ou de Tarja Preta, acabam agindo mais do que onde deveria, interferindo principalmente no humor e consequentemente na autoestima que, justificadamente já anda bem baixo, haja vista os “transtornos” que o transtorno causa à si e aos seus familiares, incorrendo em sentimentos de culpa e remorso que, conforme descrito neste artigo, só vem a piorar os sintomas.

    Um dos maiores obstáculos que existe (em resistência ao tratamento) está nos conceitos negativos que se formam em decorrência do problema. Frases do tipo: “Nunca mais vou me curar dessa porcaria” ou “...Isso é algo muito difícil de suportar, quero morrer, quero fugir pra não dar mais trabalho pra ninguém”, representam um grande entrave para o avanço ou sucesso de um tratamento e que ainda por cima compromete os efeitos da medicação, que além de conter os sintomas do transtorno, ainda por cima tem que conter também os “efeitos” de um pessimismo exacerbado.

    Existe também, como você bem citou, o caso da ineficiência de uma medicação, o que não quer dizer que tem que ficar submissos à ele. Só que antes de retornarem ao psiquiatra, façam uma auto análise sobre seu auto conhecimento e sobre o seu problema, a sua esquizofrenia (pois que ela pode ser padrão como doença, mas para cada um, é específica).

    Pensem, escrevam se necessário, sobre como era vida de vocês, antes e depois do diagnóstico, o que mudou ? Existem momentos em que os sintomas são mais críticos ? quais momentos ? Quanto tempo você chega à ficar sem a interferência excessiva da esquizofrenia ? descubra essas brechas, explore os pontos fracos. Quanto tempo a esquizofrenia te dá para executar tarefas ou compromissos ?
    E o que eu considero mais importante: Pra que momento do dia você mais precisa do medicamento e mais especificamente do efeito ? É pra dormir ? Pra Ler ? Praticar um exercício ou estudar ?

    Se não conseguirem responder essas perguntas, acabarão sendo cobaias de laboratório farmacêutico, só experimentando remédios e ver no que vai dar.

    Muitos psiquiatras acabam prescrevendo mais pelos sintomas reclamados que o paciente leva ao consultório, do que por um histórico, uma anamnese que o médico deveria fazer para acertar melhor na prescrição do remédio, direto no alvo que se pretende alcançar e não apenas na queixa reclamada, pois que muitas vezes a queixa pode ser a “última pedra do dominó”.

    Espero ter atendido seu questionamento e sanado sua dúvida. Informações mais detalhadas sobre medicamentos, sugiro ligar para o SAC do respectivo laboratório farmacêutico.

    Amadeu Epifânio
    Projeto Conscientizar
    Viver bem é Possível !
    Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.

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  5. Convivia,com um esquizofrênico,tem que fazer tratamento,pois imagina a mente,como uma folha de papel,cada surto,uma parte desse papel se perde,e quanto mais cedo o diagnóstico,melhor será a qualidade de vida,do paciente,procure ler mais,questionar mais,esquizofrenia não tem cura,apenas o controle.

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  6. Gostei do texto, o senhor é muito inteligente e generoso em compartilhar suas idéias conosco. Me tornei sua fã e seguidora, tenho alguns transtornos.

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  7. Oi, obrigado pelo apoio. Esses transtornos que diz ter, estão todos diagnosticados ? Se quiser compartilhar comigo, por favor não hesite, ok ? Se cuida. Abs.

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  8. Muito interessante. Li tudo. Valeu a leitura

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  9. Bom dia!
    Obrigada texto esclarecedor,já esta em meus favoritos,vivo me informando para ajudar na recuperação de meu filho!
    Abraços muita luz para o Senhor!

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  10. Cuido de minha mãe que tem 60 anos e tem esquisofrenia, antes controlavamos com aloperidol 2mg/ml e biperideno 2mg hoje a medicacão não faz mais efeito, antes ela conversava, lavava suas roupas, comia, tomava seu banho ia ao banheiro, arrumava a casa e hoje ela só grita o dia todo só para quando vai dormir não come com suas mãos, fazemos tudo pra ela inclusive passou a usar fraldas, não sei mais o que fazer pois moro em uma cidade pequena e o psiquiatra que trabalhava aqui foi embora.

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  11. A esquizofrenia é o único diagnostico que ela tem ? não teria nenhuma comorbidade ou outro tipo de patologia ? Como são esses gritos dela ? são apenas gritos ou dizem alguma coisa ? Ela pode ter sofrido todo esse tempo, mais por desconhecimento de causa do que pelo transtorno em si. Os remédios podem não estar agindo porque não atinge a causa, somente os efeitos e é durante a abstinência da medicação que os efeitos se intensificam e acabam predominando. Procure um clínico ou neurologista mesmo e procure pedir algo, apenas para acalmá-la (não especificamente para o transtorno). Procure saber o tempo de feito dessa medicação, de forma que ela não fique sem efeito do mesmo, tipo, tomar outro comprimido entre 30 e 60 minutos antes da previsão do término do efeito. Sua mãe precisa manter-se no controle, para não ficar submissa aos efeitos da causa. Compreende ? Os sintomas que ela tem são consequentes. Se acautele apenas, quanto à medicação, se ela tiver outro diagnostico de outro problema não relacionado com o transtorno. Tente se acalmar e não desista de Deus, porque ele não desiste de nós. Abraços.

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  12. a doença e dificil mesmo , e preciso ter muita paciencia com os doentes, e leva tempo para se recuperar bem.

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  13. Entendam, manifestamos nosso sentimento de incompreensão de fatos, à medida que eles se tornam difíceis de entendê-los. Mas não devemos ficar omissos e inertes só porque não entendemos, é preciso avançar no auto conhecimento e resenhar o que acontece conosco. Analisando melhor a esquizofrenia, pude observar características em sua origem, que logo irei compartilhar com vocês. Estou à desenvolver um novo artigo sobre o tema e breve estará postado aqui. Aguardem.

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