Projeto VIVA +

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

EDUCAÇÃO QUE FALHA...


...OS FILHOS NAUFRAGA.



Onde foi que eu errei ?!

Esta parece ser a pergunta que não cala, quando nos deparamos com algo que põe em cheque (mate) tudo que acreditamos ter feito pelos nossos filhos, no que concerne à educação de forma geral.  Fazemos sempre o que acreditamos ser o certo e acabamos por transferir este mesmo raciocínio aos filhos, até que chega o triste dia da revelação, onde tudo fizemos e acreditamos, estavam errados.

Pra tentar responder à pergunta acima, devemos voltar no tempo, rever todos os passos, desde a gestação, primeira infância, primeiros anos.  O que fizemos pelos filhos, desde o começo, quanto tínhamos a chance de ensiná-los ?  De que forma construirmos neles o seu discernimento ?  Chegamos pelo menos à prestar atenção direito neles, se eles não estavam em momento de dor ou sofrimento, por razões que nós o subjugamos como pequenos, negligenciando seus sentimentos ?  E achamos que tudo isso passa batido, que um dia eles esquecem.  Tal como em nós, não é mesmo ?

Negligenciar os filhos pode contribuir para a manutenção de um transtorno que ele ou ela tenha adquirido, em razão de alguns fatores também negligenciados e que passaram batidos, porém, para o inconsciente da criança, não, que grava e guarda consigo o evento e que passará à cutucar o lado consciente a vida toda, pelo resto da vida, enquanto não for descoberto o que lhe ocorreu e porque, causando com isso uma série de transtornos na vida daquela criança, depois de adulta.  Mas o inconsciente dá sinais, tenta avisar (ainda na infância) de que algo está errado, mas que não é levado em consideração e, mais uma vês é subjugado e negligenciado.

Outro fator importante é quando quebramos a confiança dos filhos em nós e, ao contrário do que imaginamos, é muito difícil resgatar novamente essa confiança, desde que assim o desejamos e, desde que nos conscientizamos de que fizemos isso, do contrário estaremos alimentando nos filhos o sentimento frustrante de decepção, que eles tiveram e alimentam por nós, iniciando um processo de apatia silenciosa, que poderá culminar tanto em uma criança rebelde (quando não agressiva) ou depressiva (por amar demais os que tanto à decepcionaram).

Para muitos a regra que impera é o da disciplina rígida, da bronca, do castigo, da imposição da vontade, da arbitrariedade, para mantê-los "na linha", na marra.  Ao oposto disso, a liberdade exacerbada, sem regras, pelo contrário, quanto mais solto melhor, tendo tudo que deseja.  Existe ensinamento em qualquer uma dessas formas ?  Que proveito uma criança pode tirar disso, sendo presa ou solta demais ?  Fala-se também na imposição de limites (só faltando minar certas partes da casa) pra elas fiquem apenas onde os pais querem.

Crianças se comportam feito Hulk's, porque os generais (seus próprios pais) assim às constrói, considerando que desta forma estão mantendo o controle sobre elas e sobre as vontades delas, quando o que estão fazendo na verdade é ferir o inconsciente, que mais tarde será mais um algóz na vida delas, deixado por herança por outro e pior, um algoz invisível, onde não se sabe de onde vem, de onde comanda e também se estraga e se acaba com a vida de alguém, aos poucos.

E quando a dor se torna insuportável, quem faz as escolhas dos prováveis "remédios" é também o inconsciente, que fará uso do que tiver à mão, para tentar reverter ou conter a dor.  Nesta lista estão recursos nada saudáveis, como as drogas, as automutilações e até suicídios.

Mas nossa mente não faz essas seleções de "remédios" de maneira tão aleatória, ela antes procura dentro de nós, o que pode ser utilizado em nosso favor, como discernimento, afetos, amor (vindo de pais, namorados ou familiares), projetos importantes que estejam em andamento, valores e concepções defendidos até o momento, etc.   Se a mente puder fazer uso destes "recursos" em benefício próprio, muito provável que consiga atenuar sua dor (pra que não tenha de fazer uso de recursos tão nocivos) ou ainda, muito provável que nem tivesse razões para sofrer tanto.

O texto abaixo (Cracolândias), retrata o reduto dos que não conseguiram suportar suas dores emocionais e que ficaram à mercê das escolhas de seus inconscientes, para encontrar "algo" que fosse ao mesmo tempo, de efeito rápido e eficáz, simplesmente porque a mente deles não encontrou dentro de si, tudo aquilo citado acima, que poderia ter evitado tanto sofrimento.  Sofremos por nossa falta de conhecimento (principalmente sobre nós mesmos), ao não relevar nossos próprios limites diante das adversidades, nos pegando quase sempre de surpresa.

Reconheça suas limitações e conheça suas capacidades.  Construa nos filhos um forte discernimento, ensine-os à lidar com o que não aceitam, com o que acham injustos, trabalhem com a verdade, dê exemplos concretos, mostre-lhes a face verdadeira da situação e não fique sempre, tentando esconder ou do contrário eles entrarão na regra "você finge que me engana e eu finjo que acredito", até que um dia a tolerância vai pro espaço e com ele o futuro dos filhos.  Seus filhos são tripulantes da sua embarcação, se não quer que afunde, capitão e comandante tem que saber se entender e comandar, ou vai tudo pro ralo.   Ponham uma regra na cabeça e na vida de vocês:

"Tripulação unida é a certeza de uma viagem segura".


                Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo - Projeto VIVA+






sábado, 19 de setembro de 2015

CRACOLÂNDIAS

DEPÓSITOS DE FILHOS DESCARTADOS.


P.S.: VEJAM TAMBÉM O COMENTÁRIO POSTADO. GRATO.

Engana-se quem diz que a cracolândia é terra de ninguém.

Elas são de todos, dos que já freqüentam e dos que ainda virão, de vários pontos da cidade, de várias classes sociais e de várias faixa etária.  As cracolândias são as latas de lixo das famílias, onde os filhos que elas rejeitaram estão todos aqui ou vindo pra cá.  Todos os dias centenas de filhos descartados chegam à esses depósitos humanos, um vale de leprosos onde muitos nem chegam perto e onde a polícia, quando vem, já vem baixando o cacete, tratando-os como resíduos (não mais recicláveis).

A concepção de importância num casamento, numa família, mudou.  Mudou e de forma radical, pois que os filhos não são mais a parte mais importante e que sobre eles deveriam cair toda preocupação, zelo, afeto, orientação e preparação para o mundo lá fora.  No entanto, algo aconteceu.  Os que saíram para trazer o sustento, não voltaram da mesma forma, mudaram seus paradigmas, personificaram seu trabalho e sua profissão (quando não a sua vida de forma mais autônoma que o normal).  E essa mudança foi tão radical que as mulheres, esposas e mães, que até então ficavam em casa, também foram ver o que estava acontecendo, saberem o porque das mudanças com os maridos e... acabaram também ficando da mesma forma.

Resumindo, a corda arrebentou do lado mais fraco.  A mudança de paradigma fez os pais acreditarem que os filhos poderiam se automatizar mais e tornarem-se bem mais independente, se virarem melhor sozinhos, para que desta forma possa ganhar mais tempo para alimentar suas novas concepções e paradigmas, onde neles os filhos  não entra, pelo contrário, permanecem do lado de fora.  E é tão marcante isso que poucos sobrevivem e conseguem levar suas vidas adiante, sem tanto depender das ligações afetivas dos pais.

Porém, uma grande maioria não, não resistem à quebra dos laços, não entende esse abandono frio e às vezes tão radical.  Estou exagerando ?  Vai visitar uma cracolândia.  Ali todos são iguais, tal como na morte, não existindo mais o que os diferenciava, tornando-os todos diferentes agora, não apenas na aparência, mas à parte, como filhos de uma sociedade única e desprezada, onde nem o poder público sabe o que fazer com eles. Lixos humanos, afetos descartados, ligações desprezadas.  Abandonados.

Nos dias de hoje só há duas escolhas, ou se dá a sorte de se dar bem, apesar de tudo ou se mistura com um mundo perverso, onde o que impera é uma idéia destrutiva, de valores e ligações afetivas e familiares, habitados por jovens que já perdem os seus pais, física e afetivamente.  Os que entrarem para o clube é para não se lembrarem mais do que significa família, sendo agora cada um por si e cada si por todos.

O grande mistério (e que ninguém ainda entendeu) é que essas escolhas nunca foram voluntárias, jamais conscientesForam escolhas feitas pelo inconsciente, quando o papel do consciente, nessas horas, não foi mais que marionete.  Tal como se portaram os pais ao começarem à deixar seus filhos para trás, quando adotaram novos padrões e novos paradigmas familiares, substituindo diálogos por castigos e disciplinas severas, vendo os filhos se distanciarem afetivamente dos seus pais e sem entender direito o porque.   Tudo porque essas mudanças não se deram de forma gradual, pelo contrário, foi mais rápido do que poderiam compreender, ou seja, pouco tempo hábil para se adaptar às mudanças.

Hoje, no mundo, os freqüentadores dos lixões públicos de jovens, espalhados pelo mundo, totalizavam até alguns anos atrás, a cifra de 240.000.000 (DUZENTOS E QUARENTA MULHÕES) de dependentes químicos.  E o mundo ainda acredita que fazem isso por vontade própria, como se os pais (que os jogaram lá) merecessem tamanho crédito por tão grande incoerência.  

Não importa no que acreditem, pais serão sempre responsáveis, direta ou indiretamente, por terem seus filhos na cracolândia, não cabendo-lhes a arrogância de acharem que fizeram tudo por eles, pra que não lhes caísse este duro e cruel destino.

Não existem vida automatizada nem educação automática, não vivemos nós, no paraíso.  À cada dia precisamos construir o chão que iremos pisar amanhã e cada vês mais seguro do que ontem, porque os bons valores estão se deteriorando cada vês mais rápido.  Portanto, o que precisa ficar não são palavras (porque elas sozinhas não mais se sustentam). É preciso gestos, atitudes, ligações afetivas mais fortes e determinantes, para que sobrevivam aos tempos difíceis e aos padrões destorcidos, porém adotados por muitos, por serem mais convenientes e comprometer menos a vida profissional.

Se não querem ver seus filhos caírem nos lixões públicos das cracolândias, façam o que é preciso antes que tudo desmorone.  Põem na cabeça a idéia de que pelo menos "meu filho" não fará parte daquele cenário e que ele será feliz aqui, comigo.  Se for capaz de manter e sustentar esse novo paradigma, seus filhos estarão salvos.  O tempo é curto e fazer escolhas erradas, esta sim, está cada vês mais fácil, porque elas são produto de um lado nosso que nem fazíamos idéia que existia, mas que pode nos levar + rápido, à ruína.

Agora é com vocês.

                                                 Amadeu Epifânio




domingo, 13 de setembro de 2015

SE A DOR É MAIS FORTE QUE VIVER...


...É PORQUE NOS COBRA ENTENDIMENTO.


Quem sofre vive o eterno dilema do ser ou não ser, fazer ou não, tentar, persistir, sonhar ou morrer.  Tudo porque na balança entre a dor e a razão, uma parece estar sempre no topo das preocupações ou decisões, não é assim ?  Já passei por este calvário por muitos anos, porém, à medida que meu projeto foi enriquecendo meu discernimento, sobre vários tipos de comportamentos, sensações e sintomas, meu fardo (que antes parecia ser tão insuportável) hoje já consigo  levá-lo com menos dificuldade, do contrário não conseguiria realizar este projeto.

Quando chegamos num ponto que consideramos ser nosso limite, não significa dizer que nossa capacidade de suportar também chegou ao fim.  Significa dizer sim, que chegamos no limite do entendimento sobre o que passamos e que portanto, precisamos aprender mais sobre nossas dificuldades, adversidades e sofrimentos.  Aí você vai me perguntar ? Mas espera aí, sofrimento precisa de entendimento ?  Evidente que sim.  Porque ?  Porque quando "lapidamos" o sofrimento, extrairmos dele apenas o que é preciso sofrer, sem o peso extra da falta de compreensão sobre o mesmo.  Vou explicar melhor.

Dependendo da causa que nos leva à sofrer, podemos ainda ser acometido pelo sentimento de culpa, que se alimentado nos leva à sensação de remorso, aumentando com isso, alguns problemas de natureza física com nossa saúde.  Explorar a situação como um todo, poderá nos levar ao entendimento de mera fatalidade, incidente ou uma forma de explosão emocional que nos levou à dizer palavras que num estado normal não diríamos.

Seja como for, o entendimento pode nos abrir portas à compreensão mútua, à remissão de culpa, ao alívio de dor, ao conforto emocional e espiritual, quando aceitamos à Deus como um Pai amoroso e cujo ensinamentos nos leva à Paz interior. 

A resistência que manifestamos em bloquear qualquer forma de ajuda ao que estamos passando, não é uma atitude voluntária (por mais que pareça) e sim, inconsciente, provocado por um lado de nós que nos cobra entendimento ou esclarecimento, ao ponto de nos provocar um bloqueio consciente, para nos forçar e nos obrigar à parar nossa vida para entender, refletir e curar-nos desta influência ou, sufocar essa influência com maior controle do nosso estado consciente.  Só que para isso, devemos fazer por aprimorar e enriquecê-lo, elevando nosso discernimento, tolerância e atitude, de correr atrás das respostas ao invés de ficar bancando a avestruz (contemplando apenas o que há debaixo da terra).

Entendam uma coisa, se ficamos com dor de cabeça, significa que alguma parte do nosso corpo está com problemas e está tentando nos avisar (o que não se resolve apenas com uma aspirina, pois que, quando passar o seu efeito a dor voltará, se não ainda pior).   Da mesma forma a dor da alma, aquela de suposta natureza invisível e não palpável, que apenas por não conhecermos sua origem, declaramos como sendo de impossível solução (o que já se torna uma solução para muitos, ou seja, a sua própria aspirina).   Toda vês que bater o desespero, junto com ele vem os pensamentos decorrentes (inclusive os de ideação suicida), significando que a "aspirina" perdeu seu efeito, fazendo ressurgir novamente os questionamentos invisíveis.

Sofrer significa estar diante de algo que não conhecemos, que nos cobra conhecê-lo ou continuará à nos incomodar como um objeto estranho se pondo à nossa frente o tempo todo e em cada passo que damos.  O sofrimento aumenta à medida que aumenta o tempo de persistência deste objeto, porque nossa mente (involuntariamente) está se esforçando para resolver este "conflito", porque não encontra dentro de nós, uma resposta plausível e (como um motor que trabalha forçado), começa à esquentar, elevar sua pressão, apenas para tentar nos ajudar à entender, o que até mesmo, nos recusamos à aceitar.

 À medida que o tempo passa, o grau de conseqüência também se elevam, nos conduzindo à quadros emocionais e psicológicos mais graves.  Isso porque nossa mente ainda continua em sua luta para nos ajudar e nós, na luta por não querer entender nem procurar conhecer sua origem e persistência, insistindo sempre na filosofia da Avestruz.  É certo que, quanto mais tarde resolvermos agir, para ajudar nossa mente à nos ajudar, mais será cobrado de nós, maiores entendimentos, também, para os nossos problemas médicos.

Pesquise e explore o que está passando (independente de sua complexidade), exercite seu auto conhecimento e analise sua capacidade, habilidades e limites, para definir se está apto para lidar com o "desconhecido" ou necessita correr atrás de ajuda, seja com outras pessoas mais esclarecidas, com literaturas, internet, etc.   Veja quais recursos deverá dispor para resolver, entender ou dar solução ao problema.  Não se esqueça de que você precisa apenas, aprender, conhecer mais;  quem dará destinação ao que aprendeu, será sua mente e é ela que seleciona tudo que você põe pra dentro e usa em seu favor, diante de todas as decisões, adversidades, dores, sofrimentos e escolhas.

Quando nossa mente não dispõe de informação útil e saudável, ou ela esquenta ou se vale do que estiver ao alcance para atender à demanda e aí, vale o que encontrar na hora, que pode ser drogas, nosso porte físico, agressividade, arrogância, grosseria, violência, agressões físicas e até letais (tal como tem ocorrido em nossa sociedade nestes últimos anos, ou seja, nunca se matou tanto por tão pouco).  Tudo porque nos recusamos à entender e aceitar.   Ideação suicida também é um recuso aritmético, ao alcance de nossa passividade.

Sofrer é inerente ao ser humano, são avisos que recebemos toda vês que nós extrapolamos, seja por excesso, omissão ou negligência.  A vida está difícil ?  Alguém disse que seria fácil ?  Então não cobre, aprenda, que passa.  O que não falta nesta vida são chances e oportunidades, que podem nos levar para qualquer direção, certo ou errado, nocivo ou saudável, só vai depender se vai continuar à viver feito avestruz ou passar à ocupar-se da dor para entender a causa e extensão do sofrimento.  Discernimento já é um santo remédio.

Digam pra si mesmos:
 
"A FORÇA QUE PRECISO PARA SUPORTAR MEU SOFRIMENTO,
ESTÁ NA MINHA CAPACIDADE DE ENTENDER O MOMENTO E À MIM MESMO".


                                       Amadeu Epifânio




  

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

DEPRESSÃO - NÃO QUERO TRATAR !

QUANDO O DEPRESSIVO NÃO ACEITA TRATAMENTO.  O QUE FAZER ?


Esta recusa, em geral, dá-se em razão de argumentos apresentados (para convencer um depressivo ao tratamento) que habitualmente são de caráter subjetivos, podendo ser facilmente questionável. Como a causa verdadeira da depressão é sempre interna, ou seja, inconsciente, também os argumentos devem fazer por chegar à essa esfera inconsciente.   Como ? 

Existe algumas formas para lidar com a depressão, para atenuar seus efeitos e fazer com que a pessoa retome o controle da sua vida. A primeira é a terapia convencional, para que o profissional chegue até o ponto da causa geradora da depressão, faz-se conhecer e assim, elimina-se de vês a influência perturbadora.  Nesses casos, a causa que levou a pessoa ao diagnostico de depressão, pode ter sido gerada com uma antecedência mínima de pelo menos 5(cinco) anos.  

Porque este tempo ?  Porque é preciso que a pessoa passe por um processo que vai desde o emocional, passando pelo psicológico, até que chegue ao diagnóstico.  Todo esse processo terá ainda fatores ambientais, que tanto poderão apressar quanto adiar quanto ainda retroceder o quadro (não avançando para o quadro depressivo).  Não existe um tristeza virar depressão da noite pro dia.

Uma segunda forma de lidar com a depressão é através da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental), onde irá se sugerir uma nova postura, que (dependendo do progresso) poderá "sufocar" a influência inconsciente, fazendo prevalecer, de forma gradativa, (e condicionado ainda ao progresso do tratamento), a nova proposta, num processo de substituição de paradigma de pensamento, passando a alimentar um prazer mais positivo.

Um terceiro recurso é um exercício de auto-sugestão, porque ? Depressão é resultado de uma expectativa frustrada, que ficou presa no inconsciente desde que foi gerada. À partir de então somente o inconsciente é que passa à desejar a expectativa, criada em torno de algo ou de alguém ou de si mesmo(a), mas que por "n" razões, não vingou. O inconsciente acredita que somente com "aquela" expectativa (se alcançada), é que a pessoa será feliz, travando conseqüentemente a libido para outros sonhos e planos. O exercício de auto sugestão consiste em tentar convencer o inconsciente de que é feliz do jeito que está e que não carece descobrir nem desenterrar passado algum pra isso.

Bom, como convencemos alguém que estamos bem ? Obviamente estando bem, não concordam ?  Pois então, é um exercício que deverá ser feito em momentos mais tranqüilos, porque palavras devem endossar estado emocional e vice-versa, do contrário, nada feito.  Neste caso, melhor que seja o depressivo à desenvolver este exercício de auto-sugestionamento, o que irá requerer um pouco de força de vontade, para vencer-se à si próprio e dar os primeiros passos.  Será como um objetivo, cuja a meta é o estar de bem consigo mesmo.

Caso o depressivo não manifeste intenção de reação, por provável descrença na própria melhora, então deveremos partir para uma segunda proposta, que será conduzida por familiares ou amigos, desde que já tivesse boas relações pessoais, antes da depressão, o que muito facilitará a comunicação entre ambos e uma rápida aceitação de novas idéias.   Aceitaria sugestão de alguém que já não gostava ? rsrs

Um depressivo não deseja estar depressivo, ele apenas está numa prisão de cela aberta, mas que mesmo assim não consegue sair.   O que precisamos fazer é trabalhar sua força interior, seus desejos, seus sonhos e projetos suspensos.    Dizer à ele que o remédio para voltar à viver está justamente na retomada dos sonhos, na retomada do prazer positivo, que irá sufocar os de natureza negativa, libertando-o da cela da depressão.  Somos o prazer que alimentamos.  Nossa conta de humor está negativa, no vermelho e o saldo que precisamos está no que temos de maior fartura, ou seja, nossa vontade de viver e fazer tudo que desejamos. Um paradigma totalmente oposto ao que se está sendo alimentado hoje.

Uma outra causa, também provável para a depressão, está nas insistentes tentativas frustradas de preencher nossos "vazios", considerando hipoteticamente que estão sempre nas coisas palpáveis e acessíveis.  Acessível sim porém, palpável não.  Ainda não. rsr  Se nos enganamos à respeito da crença sobre o que pode nos "preencher", é porque estamos longe do legado que nos foi confiado, para ser usado neste mundo, como essência (condição verdadeira e única que nos faz sentir sempre, em plenitude).  A assistência à pessoas que precisam de nós, de coisas especiais que podemos oferecer, como um par de ouvidos, um abraço forte e acolhedor, palavras de conforto (e pra isso precisamos conhecer bem, a dor que o outro esteja sentindo, pois é dentro dessa "intensidade" que nossas palavras se encaixarão.  

E é aí que entra a dor e o sofrimento que sentimos agora, "ferramentas" que estão sendo forjadas dentro de nós, para saber definir o tamanho da dor de quem nos pede ajuda.   Se não for assim, qualquer coisa que dissermos, para confortar sofrimento alheio, serão sempre palavras vazias, num imenso oceano de dor, ou seja, sem consistência.

Existe um exército altamente treinado para cada oceano de dor.  Aliste-se e preencha-se, esvaziando no outro a dor que só você pode tirar.

                                                                        
                                  Amadeu Epifânio





terça-feira, 1 de setembro de 2015

BLOG EM FESTA










QUANDO O SOFRIMENTO SE TORNA...

...O NOSSO PONTO DE EBULIÇÃO.



Quantas vezes já não chegamos ao ponto dessa chaleira ?  (como se o nosso sofrimento tivesse chegado ao limite).  A grande questão (ou perigo) está na freqüência com que isso acontece e no tempo que passamos, sentindo como se tivesse uma faca empunhada no peito, nos faltando esperança e perspectiva, tamanha é a nossa dor.  Estágio como esses implica em pouco recursos que nossa mente poderia estar fazendo uso em nosso favor para nos confortar, mas que ao contrário disso, sofremos (não pela razão em si), mas por não conseguirmos esfriar nossa chaleira.  Tornar-nos  passivo ao invés de tentar entender, diante das adversidades, tem sido o calor que nos leva ao limite da dor.

Situações como essas ocorre com qualquer pessoa e em qualquer idade, com ou sem algum tipo de precedente patológico ou não, como transtornos psiquiátricos diversos, profissões de natureza estressante, policiais, bombeiros, médicos, professores, taxistas (ou qualquer motorista que passa o tempo mais no trânsito que em outro lugar) ou pessoas comuns como nós.  Mas espera um pouco, eu mencionei sofrimento não foi ?  Pois é, sofrimento é algo que pode estar ligado à uma causa isolada ou pelo conjunto de vários fatores ou ainda pela persistência com que um mesmo fator se repete, sem dar chance de nos defender, precaver ou reagir.

Olha que de sofrimento eu entendo, quase um Phd na matéria rsr.  Quantos artigos já não foram postados aqui, abordando o mesmo assunto, não é verdade ?  Contudo, não estou aqui pra fazer concorrência com os que sofrem, evidente que não.  Estou aqui desta vês para dizer-lhes algo importante, para os detentores de tamanho fardo ou calvário e, mais do que importante, é condição fundamental pra evitar chegarmos com tanta freqüência neste estágio de ebulição ou, fazer com que não dure a vida toda (como de fato é a sensação que temos diante de um sofrimento persistente, não é ?).   Chaleira fervendo é sinal de baixa tolerância, pois uma coisa leva à outra e ambas nos levam à dor e ao sofrimento.

Para uma chaleira que vive fervendo, melhor que ela tivesse uma válvula de segurança acoplada, pois se o "vapor"não sai, a pressão interna aumenta, podendo nos causar prejuízos sérios à nossa saúde, primeiramente emocional, depois os de natureza orgânica (como gástrica), continuando à persistir, atinge a esfera psicológica e, se negligenciado, acabamos por procurar os consultório psiquiátricos, como nos casos de depressão crônica.

 Não vou ficar fazendo papel de apóstolo de Cristo (não que seja depreciativo) mas, durante quase minha vida inteira, Deus tem sido a minha válvula de segurança, desta minha chaleira que já está com o traseiro preto de tanto queimar e ferver, mas que apesar de tudo, jamais perdi o controle da situação, da minha vida e muito menos da minha razão.   Nunca pude evitar que minha chaleira chegasse tantas vezes à sua ebulição, porque os fatores que a mantém quente, nunca cessaram, nunca deram trégua, jamais esfriaram.

Minha "válvula de segurança" nunca falhou, porque à estive monitorando, num diálogo rotineiro e freqüente com Deus, durante toda minha vida, partilhando com ele todas minhas aflições, angústias, preocupações e também agradecimentos, por sempre ter estado comigo e me dado assistência, muitas vezes sem eu mesmo precisar pedir, mas que ele já sabia de antemão o que naquele momento era mais necessário.  Não importa que religião freqüenta, não faz diferença, converse, puxe uma cadeira pra Deus, deixe que more com você, que viva com você, em todos os momentos da sua vida.  Não reze apenas, converse com Deus, permite que ele te conheça.     
        
Os momentos ruins continuarão à vir, porque são provas que nos deixam mais aptos para desafios ainda maiores, mas sua chaleira não vai explodir e você não deixará de ser o que é, nem perderá o controle da situação.  Batalha boa se vence lutando, ao lado de quem realmente sente orgulho de você e Deus, com certeza estará sempre ao seu lado, como esteve sempre comigo. Isso é confiança, condição que deve ser mantida mesmo diante dos momentos mais difíceis, pois é justamente aqui que Deus age em nós e por nós.  É hora de também nós mantermos nossa fidelidade, mostrar que não estamos desamparados de Deus, mas que devemos estar próximos, como filhos Dêle, que somos.

Se a chaleira tiver de ferver, que seja pra fazer café.  Precisamos converter o vapor da dor que sofremos em vapor de caldeira, que movimenta máquinas e motores, pra nos fortalecer e continuar nos conduzindo.  

Boas batalhas se vence com lutas, que nos enche de orgulho, não importa como ficamos, é luta, natural que saímos um pouco machucado, o que importa é que estamos ainda de pé e no controle, da nossa vida e da nossa razão, é isso que importa.  Força, porque Deus é escudo e nossa espada, posso ferver e cuspir fogo, mas ainda estou de pé.  Isso não é história, é testemunho de uma vida inteira.  SOMOS TODOS CAPAZES !  Acredite.

Amadeu Epifânio

PROJETO VIVA+

Corrigindo Passos para um caminho + seguro.