Projeto VIVA +

sábado, 28 de novembro de 2015

DESMISTIFICANDO TRANSTORNOS II

TRANSTORNO BIPOLAR NA ADOLESCÊNCIA.
PORQUÊ TÃO CEDO ?


O que acontece é uma linguagem, uma comunicação entre os dois lados, consciente e inconsciente.  Quando um evento (não necessariamente traumático, basta não compreender pra assustar) acontece com uma criança de primeiros meses e, se a mente perceber que este susto pode interferir no desempenho cognitivo do pequeno corpo que o abriga, a mente pode bloquear esta lembrança como proteção, (e agora vem a questão dos sintomas na adolescência) e esperar que esta criança cresça ou atinja uma maturidade (juvenil) que a mente considere ser suficiente, para ser lembrado, entendido e sanado.

O problema é que essa lembrança dá-se de forma inconsciente, fazendo o jovem, em sua puberdade ou pré-adolescência, viver lembrando (não do evento em si, ocorrido), mas da emoção sentida em decorrência do evento (medo ou pânico na maioria dos casos). Segundo Freud, no inconsciente o tempo não existe, o que significa que uma pessoa hoje, com transtorno, sente as mesmas emoções ou sensações, sentidas lá atrás, como se tivesse ocorrido ontem.

Pode acontecer de, como não houve resultado positivo na tentativa da mente em fazer lembrar o evento na fase juvenil, o inconsciente acabe desistindo de lembrá-lo agora e voltando à fazê-lo mais tarde, na própria adolescência (que nos dias de hoje varia muito por causa do desenvolvimento cognitivo dos jovens, mas que pode variar entre 13 e 17 anos mais ou menos).  Nosso inconsciente acredita que seu corpo só se desenvolverá bem se, este episódio for lembrado e resolvido).

 Duas coisas precisam ser relevadas, quando o assunto é transtorno bipolar:

1) O transtorno se firma mais na fase mania ou eufórica, porque ?

Nesta fase o portador está sob influência quase que 100% do seu inconsciente, cujo qual tem um discernimento equivalente ao de uma criança pequena, que assim como na maioria delas, não pressente perigo, não mede conseqüência e age sem controle (sendo esta a razão das crises serem de natureza involuntária e de difícil (ou quase impossível) contrôle.   Quando entra na fase depressiva (por conseqüência, não por comorbidade), o portador volta à ter plena consciência, ao mesmo tempo que uma profunda sensação de impotência diante do que não entende e não consegue controlar, toma conta. Resumindo: resolvendo ou controlando a fase de euforia, conseqüentemente não haverá a fase depressiva (efeito dominó).

2º) O desencadeamento das crises pode se dar por dois fatores (juntos ou separados).

a) baixa tolerância, acarretando transferência de comando da vontade, do consciente para o inconsciente.

b) Disparo através de uma motivação ambiental qualquer. Como ? Vejam, quando o evento gerador ocorre na fase tenra (pode ou não desencadear um transtorno, vai depender de alguns fatores), no ambiente em que ocorreu este evento, existia um "cenário", como assim ?    Se ocorreu no quarto da criança ou dos pais, havia cortina, guarda roupa, cor ou desenhos na parede, brinquedos, pessoas (seu timbre de vóz, as roupas que usavam, etc); podia estar ouvindo uma música, uma TV, uma pessoa da família que se pôs à cantar, enfim, um cenário.

Porque cheguei na conclusão da existência deste cenário ? por causa de um fato que acontece com quase todo mundo. Ao andarmos pela rua, costumamos ver ou ouvir alguma coisa que imediatamente nos transporta ao passado, nos fazendo lembrar de uma ocorrência conosco, como um filme que vimos ou um diálogo ou uma festa, enfim.

Nos transtornos acontece o mesmo, só que o que nos faz lembrar é o evento (que não lembramos) e também os ítens constantes do cenário).  Apesar de não lembrar de nada disso, sabemos que gerou em nós, uma sensação desagradável, desconfortável ou dolorosa e tudo vem à tona novamente, misturando sensação do passado com os eventos presente. O resultado são as crises que não conseguimos nem presenciar, mas que nem por isso o portador tem qualquer culpa ou intenção de tudo que faz (ou diz) enquanto transcorre. Por isso não carece qualquer forma de julgamento, nem precipitado, discriminatório, nem preconceituoso.

Uso de medicação, sem dúvida é oportuno, mas o paciente precisa ajudar, passando o máximo de informações sobre o que passa, de forma precisa, para que o psiquiatra possa acertar logo a medicação e dosagem adequada. Além disso TCC e terapias alternativas também ajudam (Yoga, Taichi), porque ? porque ajudam no auto controle, inibindo a influência do inconsciente e da perturbação da insistência em querer fazer lembrar o evento.

Desde 1998 iniciei um trabalho de pesquisa sobre o processo de tomada decisão do ser humano, para entender e responder à uma série de questionamentos, como experiência de drogas, crises de transtornos psiquiátricos, desvios de conduta adolescente, agressividade infantil, ideações suicidas, psicopatia e condutas, hábitos compulsivos, etc.


De acordo com uma matéria da revista "Segredos da Mente", apenas 10% (dez por cento) de nossas ações são conscientes.  Isto implica dizer que pra muitas coisas somos meros marionetes do nosso inconsciente.  Apesar de apenas 10%, este percentual (de consciência) pode ser demasiadamente expressivo se utilizado de forma favoravelmente correta, como ?  Este percentual é a "janela" que dispomos para a aquisição de conhecimentos úteis e constantes que, ao fazer parte do nosso acervo, se converterão nas respostas positivas e oportunas que tanto ansiamos, em nossas demandas emocionais, mas que pela ausência ou insuficiência das mesmas, nossas respostas tem sido impulsivas, quando não, negativas (de toda sorte).

Esta percepção é de extrema importância, porque dela precisamos (e dependemos) para o nosso bem, no que concerne à redução de baixa estima, neutralidade de ideações suicidas, melhor resposta aos tratamentos terapêuticos e maior motivação para continuidade de tarefas e projetos pessoais (mesmo com transtornos).  Precisamos administrar melhor a "casa" que habitamos (nosso corpo), para que dela consigamos extrair sempre o melhor e os mais prazerosos resultados. 

                  ProfAmadeu Epifânio




sábado, 14 de novembro de 2015

ESTAMOS NO CAMINHO CERTO ?


  FAÇA AS 3 PERGUNTAS E DESCUBRA.

                                                          
Olá, este texto é uma palestra escrita, para ser passado aos alunos do ensino médio e fundamental, da mesma forma. O texto propõe que façamos sempre três perguntas na nossa vida, para sabermos em que circunstância à vivemos, se ociosos, estacionários ou promissores (esperançosos num amanhã possível e não tão distante).  Hoje, em razão da vida corrida dos pais, nossos jovens estão inseguros, pois não podem contar mais com uma palavra amiga ou com uma demonstração de orgulho.  Com a falência da maioria das nossas instituições (justiça, política, religião e agora a família), o que resta para acreditar é em si próprio.   O problema é que eles ainda não sabem disso.

Primeira Pergunta: Onde estou ?  Não podemos tomar uma direção se não sabemos de onde estamos saindo, visto que nosso ponto de partida é também nosso ponto de referência cartográfico, do contrário nos perderemos facilmente.  Fazer esta pergunta, pra nós mesmos, significa avaliar nossa vida como um todo, ou seja, o que quero pra mim ? quais as chances de eu conseguir o que eu quero e em quanto tempo ?  Será que eu já perdi esse "trem" ? Uma coisa é certa, sempre se pode começar ou recomeçar, pois o que importa mesmo é o que fazemos com nosso tempo e com nossa vida.

Segunda Pergunta: Para onde eu quero ir ?  Tão importante quanto saber onde estou, é saber onde eu quero ir.  Se não estabelecermos uma direção, vagamos numa vida ociosa e sem futuro, repetindo de ano várias vezes, na escola da vida.  Determinar um rumo pode significar ser figurante ou protagonista na história da sua vida.  Ser "O Cara" na sua profissão ou apenas mais 1.  Quando me olho no espelho, eu quero poder sentir orgulho de mim (e não vergonha), orgulhar-se primeiro de si e por si próprio e por conseqüência e se for o caso, também perante amigos e familiares.  Estabelecer direção é estabelecer um propósito, que significará adoção de nova postura, rotina e comportamento. Querer ser o melhor para ficar entre os melhores.

Terceira Pergunta:  Estou no caminho certo ?  Já sei onde estou e pra onde eu quero ir.   Agora eu preciso saber se estou na direção certa, no propósito que eu estabeleci.  Esta pergunta também envolve mudanças, primeiramente de foco, de divergente para convergente, significa que deixarei de dar atenção à coisas que me faz desviar no meu objetivo, para me manter no destino que determinei como meu futuro.  Uma coisa será essencial:  pra não sermos + 1 entre tantos que escolheram a mesma profissão, precisamos adquirir um "diferencial" que permitirá me pôr em evidência, para que possa ser visto, mesmo entre muitos.

Este diferencial chama-se EXPERIÊNCIA DE VIDA, que associado ao conteúdo letivo, adquirido na universidade (com a profissão pretendida), o(a) tornará muito mais hábil e competente (que os demais concorrentes), para gerenciar e resolver todas as demandas inerentes, tanto à vida profissional quanto social, gozando plenamente dos resultados obtidos, tanto pessoal quanto financeiramente.  Experiência de vida permite aplicar tudo que aprendi (na vida e na faculdade), de forma hábil, correta, precisa e permanente, vencendo e resolvendo demandas, que outros não conseguiram.  Se vivêssemos num mundo perfeito, para quê existiria universidade ?  (se não é para melhorar e resolver a vida das pessoas, em vários segmentos da vida).

Experiência de vida é aproveitar todas as oportunidades que a vida nos dá, de bom e também de ruim, para crescer e amadurecermos, como cidadãos de uma sociedade que exige cada vês mais, sempre os melhores em cada área, porque figurantes já existem muitos por aí, que além de não acrescentarem nada, ainda contribuem para o retrocesso social.

Queremos ser nesta vida, figurante ou protagonista ?


 ProfAmadeu Epifânio - Idealizador e Pesquizador


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MEDICAMENTOS CONTROLADOS


PORQUE SOFRO EFEITOS COLATERAIS ?



A indústria farmacêutica parece produzir "remédio" pra tudo que precisamos, o que falta muitas vezes é saber exatamente o quê e para quê precisamos de remédio.  Todo problema orgânico tem o fator gerador e o conseqüente, sendo este a dor.  A dor é muitas vezes um alarme, que avisa que algo em nós não está funcionando à contento.  Isto também ocorre com quem tem consigo um transtorno. Três coisas tornam-se essenciais para quem precisa de médico, a primeira coisa é conhecer-se à si próprio, conhecer seus padrões de normalidade, pra que possa identificar de pronto uma anomalia qualquer em si mesmo.  A segunda coisa é tentar descrever, da melhor forma que puder, o que tem e o que está sentindo e a terceira é monitorar de perto a ação do remédio que está tomando.

É preciso que uma pessoa com transtorno se estude bem, para que não fique tão vulnerável, passivo e dependente demais, de medicamentos e de psiquiatras (não que não deva), mas são raros os psiquiatras que realmente estuda e escuta o paciente, antes de prescrever a medicação. Por outro lado, uma grande maioria de pessoas que sofrem de algum transtorno (e aqui eu posso generalizar), não sabem descrever corretamente seus sintomas, reações, freqüência com que acontece sintomas e crises, reações de medicamentos que já esteja tomando, etc.

Faça seu próprio prontuário, saiba para quê exatamente precisa de uma medicação e por quanto tempo (toda medicação controlada tem um ciclo de efeito, com tempo pra começar, durar e acabar). Muitas vezes desejamos fazer uma tarefa (como estudar), justo quando acaba o efeito do remédio, entre uma dose ou outra (se esse intervalo fica muito distanciado, favorecendo a falta de efeito no corpo) ou se a medicação não está adequada à sua realidade.

Se não está se sentindo bem com a medicação, volta no médico, mas saiba descrever exatamente o que sente e antes de retornar à consulta, por duas ou três semanas, faça um histórico do seu desenvolvimento e história do seu problema, tipo, quando começou, com que freqüência acontecem as crises ou sintomas, em que períodos do dia mais precisa de uma medicação e para quê, se para  concentrar-se nos estudos, aliviar stress e ansiedade, combater insônia, etc. 

Quanto mais informações puder passar ao médico, por ocasião da consulta, menores as chances de ouvir aquela frase célebre: "Toma isso e vamos ver no que vai dar".  Psiquiatras tem obrigação e dever de ouvir e explorar o paciente, fazendo perguntas para ajudá-lo tanto no diagnostico preciso quanto na medicação correta (não apenas para o transtorno diagnosticado, mas para a realidade do paciente).  Parar de ter pressa em enquadrar o paciente em uma categoria do CID 10 e tratá-lo como ser humano e não objeto de pesquisa ou cobaia de medicação nova. Se necessário, busque uma segunda opinião ou terceira, confirme se a medicação e posologia estão adequados.  Abaixo um pequeno parágrafo do livro que estou lendo, que retrata bem essa questão de elaboração de diagnostico:

"O diagnostico psicopatológico repousa sobre a totalidade dos dados clínicos, momentâneos (exames psíquicos) e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno).  É essa totalidade clínica que, detectada, avaliada  e interpretada com conhecimento (teórico e científico) e habilidade (clínico e intuitiva), conduz ao diagnóstico psicopatológico".  (Extraído do Livro: Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais - 2ª Edição - Paulo Dalgarrarondo-Ed. artmed).

Como vemos, estabelecer um diagnostico não é tarefa simples quanto parece, além de exigir muita perícia, por parte do profissional médico psiquiatra.  A primeira providência é solicitar ao paciente que descreva, num intervalo de pelo menos duas semanas (ou mais), o desenrolar dos sintomas e reações que sente ao longo do dia e da semana, sua periodicidade, freqüência, intensidade, histórico familiar (não que implique ter o mesmo transtorno, mas para poder avaliar se alguma herança genética possa estar contribuindo para o agravamento do quadro).  Existem problemas orgânicos, cujo sintomas podem se confundir com sintomas de depressão por exemplo, podendo ser considerado ou diagnosticado como tal.

É imperativo a colaboração direta do paciente junto ao médico, para que desta união possa resultar numa melhor qualidade de vida para o paciente.  É grande o número de pessoas com transtorno, infelizes com seu tratamento, por não ter ainda encontrado seu equilíbrio e bem estar.  Equilíbrio quanto à poder conviver com seu transtorno, como dois bons estranhos.  Equilíbrio quanto à ter uma medicação que corresponda à contento. 

Efeitos colaterais de medicamentos podem significar várias coisas, entre elas o desconhecimento de informações sobre o uso do remédio que está tomando ou, esperar que faça efeito pra ontem (o que até se justifica, dado o sofrimento que se carrega).  Pode ser remédio certo pro transtorno errado (diagnosticado errado), seja por imprudência médica, seja por informações erradas fornecidas pelo paciente (o que requer maior perícia do médico quanto à explorar a realidade do paciente, de forma mais profunda.   Na possível hipótese de se estar tomando remédio errado ou que não esteja fazendo o efeito esperado, pode-se requerer ao médico, uma reavaliação de diagnóstico, para que (se for ocaso) mudar a medicação, com base em novos dados. Entre uma consulta e outra, um monitoramento mais aprofundado sobre os efeitos da medicação, se está correspondendo ou causando efeito colateral e sob que circunstâncias.

Existe neste mesmo blog, diversos artigos sobre vários transtornos, que explicam a forma de como eles se constituíram e o como o próprio portador pode se ajudar, independente do tratamento que estiver seguindo.  Basta utilizar a caixa de busca ao final da página do blog e digitar lá o nome do seu transtorno ou de outros temas que preferir, que o blog abrirá uma lista de artigos relacionados ao tema.  Abaixo três artigos para ajudá-los à entender e lidar com seu transtorno.

http://deondeparei.blogspot.com.br/2014/03/transtornos-psiquiatricos-e-problemas.html

http://deondeparei.blogspot.com.br/2015/11/sempre-aconselham-fazer-o-que-gostamos.html

http://deondeparei.blogspot.com.br/2015/10/desmistificando-transtornos.html

Não adianta ficar esperando que a solução caia do céu.  É preciso participar e colaborar para que encontre logo seu bem estar e uma melhor qualidade de vida.  Curar-se não significa (num primeiro momento) livrar-se do transtorno, mas encontrar uma forma de convivência à dois (até que fique curado).  Seu transtorno é seu "inquilino", mas enquanto não puder "despejá-lo", melhor então que saiba tudo sobre ele, pra que parem de esbarrar pelos corredores e que cada um encontre e ocupe seu próprio espaço.

                                          ProfAmadeu Epifanio



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

SEMPRE ACONSELHAM FAZER O QUE GOSTAMOS...


MAS PORQUE ?


Esse parece ser um grande dilema para os que tem transtornos.  O conselho é correto, porém, sem grandes explicações, o que acaba tornando o conselho (na prática) bastante inviável.  Somos o prazer que alimentamos, porque nossa libido corre pro lado (como numa balança) onde nosso humor tiver mais inclinado. Quando alguém sugere que faça coisas que gosta, em geral não sabem porque estão dizendo isso ou porque talvez os que conseguiram seu equilíbrio e mesmo assim, sem saber porque.

A estratégia está em nivelar este desequilíbrio (até porque, libido demais prejudica, nos deixa pretensiosos rsr).  Nem é preciso grande esforço, talvez se dermos valor à coisas que acabamos deixando pra trás por causa do transtorno, não criamos hábitos mais saudáveis.   No momento que algo faça você sorrir, a balança começa à se mexer e à medida que sua alegria passa à ser uma constância, a libido começa à trocar de lado, de forma que raras serão as vezes em que ficaremos triste.

Fácil ? evidente que não.  Se fosse, nem depressão teríamos, não é verdade ? rsr       O grande segredo não é a conquista, mas a busca, pois enquanto se busca, se vive, se descobre coisas, nos alimentamos com novos conhecimentos (que pode até fazer nossa vida melhorar).   Se penso, logo existo, o que não acontecerá quando nos movemos ?!  Quem tem transtorno está dando tiro no pé em abandonar sonhos, projetos e prazeres, pois é a ausência deles que está fazendo a vida de vocês um inferno e não o transtorno apenas.


Imprima essa balança (acima), ponha a foto dela em local acessível pra que você veja e se lembre sempre que, se está "pra baixo", é porque está botando mais "peso" do que ela já tem, isto é, além da tristeza habitual, decorrente do transtorno, ainda fica só pensando nela como se fosse o ar que você respira.  O que já temos em excesso não carece ser lembrado o tempo todo, concordam ?

Algumas dicas podem ajudar:

Não fiquem ociosos, sem nada pra fazer.  Cabeça vazia oficina da tristeza.  Ao invés de ficarem tentando fugir deste "inquilino indesejável" (que não dá pra despejar), melhor que busque uma melhor forma de convivência, conhecendo-o melhor, saber com quem convive.  Um hóspede doente que requer cuidados e você vai ter que cuidar, quer queira ou não.   Só que pra isso, vai ter que vencer sua primeira resistência, logo de cara.  Terás que ficar bem, ou seja, não pensar na tristeza, pra que possas cuidar do seu hóspede.  Dois doentes ?  quem cuida de quem ?  Entendeu ?  Sobrou pra vocês.

Segundo, comece a anotar e descobrir tudo que envolve as medicações que toma. Para que especificamente está tomando, se está correspondendo, por quanto tempo, quando começa, quando termina o efeito, quanto tempo dura, que período do dia, se neste período está te ajudando em alguma coisa ou vai contra ao que você esperava ou desejava.  Comece a programar sua vida e à do seu "inquilino" em torno dos medicamentos.  Estude brechas e períodos que possa tirar proveito, programe tomar certos remédios para ter efeito quando você precisa, seja para estudar, descansar, poder dormir tranqüilo, etc.

Não dá pra ficar sendo marionete de remédios, tomando pra ver no que vai dar.  Saiba para quê, você  precisa de remédio, por quanto tempo e se dá pra ficar sem quando não tiver necessidade ou (se for o caso) pode tomar um que não seja tão forte.

Terceiro, terapias alternativas (como Yoga, Taichi e outros) podem ajudar, que visam melhorar o auto controle para elevar o nível de paciência e tolerância, pois estes são os vilões que, se caírem demais, acabam nos levando à tomar atitudes impulsivas, involuntárias e inconscientes, daquelas que passamos a vida inteira tentando descobrir o porque de termos feito tamanha besteira.  

Se ficarmos só pensando em tristeza, nossa mente terá de nos socorrer (pois é este o seu ofício, isto é, manter nosso bem estar e equilíbrio psíquico).  O problema é que ela terá de fazer isso, apenas contando com o que tiver à mão, porque este lado que conhecemos por impulsos, agirá proporcional ao tempo de nossa pressa (que é sempre pouco ou nada).

Pois bem, o que nossa mente pode ter à mão num momento de desespero ?  pode ser álcool, uma dose de whisk, de Vodka (pros dependentes, um prato cheio);  pode ser cocaína, uma pedrinha inocente de Crack, um cigarro de maconha pra "relaxar", um porrete pra dar na cabeça de quem não torce pro seu time ou que reclamou de você no trânsito.  Pode ser nosso porte físico, nossa arte marcial, nossa arma ou a faca da cozinha mesmo, pra demonstrar que não aceitamos fim de um relacionamento ou casamento ou a cor de pele, etc.  Enfim, não existe limites, porque este lado impulsivo tem o discernimento de uma criança pequena, que não mede conseqüência, não pressente perigo e age livremente, sem regras, ética, moral, nada.

Fazer algo, apenas por fazer, não será nem suficiente nem duradouro, porque não envolve a libido (porque não houve prazer no que fez).  Somos o prazer que alimentamos e não faz diferença pra que lado, porque a libido (feito uma bolinha de gude) vai rolar pra onde a balança tiver tendendo.  Por isso não estou pedindo à vocês, pra recriar o que já existe em vocês, como sorriso, alegrias (que está apenas preso dentro de vocês, intalado pela "obesidade" da tristeza).   Já devem ter aproveitado bastante o feriado de finados pra pensar na tristeza.  Normal.  Agora vamos equilibrar essa balança com o natal e ano novo.  Não esquecer que extravagância é coisa dos impulsos e a lembrança da ressaca não costuma ser generosa.

Vocês estão começando à tomar conhecimento do porque é aconselhado se fazer o que gosta, sabem porque tem que trabalhar isso e sabe agora, tanto dos benefícios quanto das conseqüências, de não fazer.  O mundo nos obriga à não parar, não importa o tamanho do fardo que carregamos.  Dá orgulho saber que temos capacidades que muitos que julgam vocês, não teriam (nem se quer consegue imaginar), quanto mais... suportar.  Nisso, vocês são superiores e muito mais fortes.  Nós que sofremos, temos o velho e errado hábito de olhar apenas a longa trilha no horizonte, que ainda falta percorrer.  Nem se quer olhamos pra trás pra ver que, o que já percorreu, foi muito aquém do que já imaginou.  Dos que julgam vocês, quantos deles acompanharam seus passos ?  Está vendo algum deles no teu retrovisor ?   nem vai ver.

Levei muito, muitos anos para descobri tudo isso, que ora compartilho com vocês, arrastando também "meus entulhos" no lombo (não pensem que não), do contrário, jamais conseguiria quantificar o peso das palavras luta, dor, sofrimento, batalha e vitória.  Todos os dias vocês vencem um adversário invisível, porra ! (desculpe a expressão).  Quem tem as mesmas aptidões, força e capacidade ?  E tão se achando nada ?  Hoje eu consegui descobrir a identidade do meu adversário invisível, sei porque e por quem sofri minha vida inteira e continuo sofrendo.  Mas o sofrimento de hoje é de orgulho, por estar de pé.

Lembrem-se:

Sempre se teme, aquilo que não se entende, então parem de sofrer por temer o que não conhece e comecem à conhecê-lo (seu inquilino).   Quando conhecê-lo melhor, saberão controlá-los.



ProfAmadeu Epifânio
Pesquisador - Idealizador