PORQUE SUICIDAS TIRAM A PRÓPRIA VIDA ?
Eles
não tiram a própria vida (não nesta concepção). A decisão vem do inconsciente,
como resposta aritmética de uma séria de fatores, determinantes e prevalentes.
Suicídio (e forma), é escolhido por um lado infantil do inconsciente (O Id),
que não mede conseqüências nem pressente perigo, além de agir livre quando está só
(que é quando o corpo também está só (nos dois sentidos da palavra). Quem está
prestes à cometer suicídio está num estágio que já não aceita qualquer coisa de qualquer um, torna-se exigente no
ouvir, como se precisássemos descobrir a "senha" para entrar no
momento deles.
O
Suicida só terá uma chance se tiver alguém próximo e não disser um monte de
asneira achando que está tentando salvar o mundo (quando não é capaz de salvar
um único ser humano naquele momento). O primeiro critério nessa hora é o
respeito. O segundo é saber que assim como qualquer pessoa emocionalmente
fragilizada, quer ser ouvida (mesmo não querendo ouvir) mas, se a pessoa que estiver
próxima souber dizer coisas (que tenha ligação com os fatos alegados) que à
faça desistir ou pelo menos ganhar tempo pra que outra pessoa possa resgatá-la
(ainda que à força), pode tanto ter evitado a consumação ou talvez, apenas
adiado.
Basicamente
são dois tipos de razões que levam à ideação, uma é abstinência de efeito de
remédios controlados (por ter esquecido ou desejado parar). Outra razão está na
falta crítica de tolerância, para suportar situações severas. Isto porque são
situações que nos cobra resposta ou solução imediata, que quase nunca temos
nessa hora.
Então,
na pressa conseqüente de obter uma resposta, transferimos à mente a obrigação
de nos dar uma resposta "pra ontem", com o diferencial que, quem nos
dará (na pressa) é o mesmo Id, que sem medir conseqüência nem pressentir
perigo, pega o que estiver ao alcance (e não o que já tivermos absorvido de
conhecimento, valores e experiências).
Não
é a resposta "suicídio" que é escolhida, mas quem dá a resposta,
sendo mais ou menos tolerante e resiliente, frente aos desafios e adversidades,
grandes ou pequenos.
A
questão é que a ideação pode ser evitada e sua conseqüência até revertida.
Não
são os fatores que desencadeiam a ideação suicida que tem que ser tratado ou
reprimido, mas a própria pessoa, seus valores, ideais, conceitos, tolerância e
resiliência. É um problema que começa
em nós, quando determinamos que não há nada que possa reverter o que está
sentindo (em razão de um outro conceito ou problema, que o está levando à
pensar assim).
Está
mais no que na hora da classe psiquiátrica e também psicólogos e psicanalistas,
respeitarem antes o próprio juramento, para que conseqüentemente seus pacientes
sejam criteriosamente melhor atendidos, com diagnósticos precisos e prescrições
que se adéqüem à realidade de cada paciente com seu transtorno específico.
Quando
essas "fichas" caírem, será mais fácil reduzir as estatísticas de
suicídios.
Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista/Pesquisador
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
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