Projeto VIVA +

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

DIVERSIDADE DE TRANSTORNOS


QUANTOS PODEMOS TER ?



Tenho observado muito, nos grupos de pessoas com transtornos psiquiátricos (no Facebook), que algumas alegam ter mais do que dois ou três transtornos, simultaneamente.  Conseqüentemente também alegam não conseguir ter uma vida satisfatória, ou seja, de estabilizar os transtornos que tem.  Pra piorar (se é que é possível), temos a classe médica dos psiquiatras, não muito interessados em tratar adequadamente, seus pacientes, no sentido de investigar melhor, através de uma anamnese profunda, o real transtorno dos seus pacientes, diagnosticando e prescrevendo conforme relatos imprecisos e inconsistentes dos mesmos.

Em se tratando de transtornos, existem uma vasta similaridade de sintomas principais, assim como também os sintomas conseqüentes, como a depressão por exemplo.  Esta, diferente da depressão como transtorno principal (vide artigo correspondente aqui mesmo neste blog http://deondeparei.blogspot.com.br/2016/12/depressao-comorbida-e-isolada.html)Nesses casos, não se pode tratar a depressão separadamente, como um transtorno à mais.  Por ser de natureza conseqüente, sua melhora dar-se-á em decorrência do tratamento do transtorno principal.

Respondendo a pergunta acima, de quantos transtornos podemos ter, a resposta é simples e direta: APENAS 1 (Hum).   A incerteza em torno da diversidade de transtornos, tem levado seus portadores à um eterno calvário, quando da tentativa de tentar conciliar várias medicações, para os transtornos que alega ter.   É bastante comum acreditar nessa multiplicidade de transtornos, pois como já disse acima, é grande a similaridade de sintomas, o que pode gerar certa confusão.

Vejam:

Todo transtorno gera oscilação de humor
que acabam tendo também, diagnostico Bipolar. 
Na maioria dos transtornos há irritabilidade,
Tome diagnostico de transtorno opositivo.
Em alguns transtornos dá fobia social
tome diagnostico de fobia social.
A maioria tem fase depressiva,
E é dado diagnostico de depressão.
Muitos usam drogas e álcool pra conter a dor
Tome dependência química e alcoólica.

E por aí vai. tudo isso além do transtorno principal.

Muitos (ou a maioria dos psiquiatras) confundem sintoma principal com sintoma consequente.  Ter pânico é sintoma principal, ter fobia é conseqüente.  Ter ansiedade é principal, ter oscilação de humor é conseqüente.  Ter Tricotilomania (arrancar os próprios cabelos) é sintoma principal, ter oscilação de humor, pânico, desespero, é conseqüente (o que não carece ser tratado também com remédios).   É preciso saber distinguir os sintomas e sua freqüência correspondente.

Todo transtorno é constituído na infância, entre a fase fetal até os 3 anos em média.  O único que pode ser uma exceção à regra é a depressão, que pode tanto ser constituído na infância quanto mais tarde, com uma carência mínima entre 3 e 5 anos de um evento provocador até o respectivo diagnostico patológico.  Transtorno da depressão é principal, fase depressiva de outro transtorno é conseqüente.   Se os portadores conseguirem diferenciar será de grande ajuda no levantamento do diagnostico principal.

Fobia, isolamento social, nervosismo, irritabilidade, alterações de apetite, perda ou ganho de peso, tudo isso pode ser sintomas conseqüentes ou efeitos colaterais de medicações controladas.

Comecem à passar para o papel os sintomas persistentes (principal) dos sintomas freqüentes (conseqüentes).  Quanto mais específico e preciso forem na consulta com psiquiatra, maiores as chances de terem o diagnostico único, correto e a medicação apropriada.  Por outro lado os psiquiatras precisam ser mais "curiosos", perguntarem mais, saberem mais sobre seus pacientes, terem uma consulta com tempo apropriado ao tempo necessário para investigação dos sintomas.

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista

PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais

              

Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.

2 comentários:

  1. Já foi dito em artigos anteriores que existem condições específicas para se constituir um transtorno (e não + do que 1). É o transtorno principal que se constitui, que gera uma série de sintomas que muitas vezes se confundem com os de outros tipo de transtornos, levando à tomar mais medicações do que seria o ideal e sofrendo efeitos colaterais, fazendo o portador acreditar que o tratamento (de fato) não está funcionando. Falta mais perícia por parte da psiquiatria, na apuração precisa do transtorno (entre "tantos"), que o portador realmente tem. Por outro lado o portador deve exigir do seu médico maior interesse em tratar, curar ou estabilizar seu transtorno. Eles estudaram e até juraram pra isso. Cobre.

    ResponderExcluir
  2. Estamos vivendo uma cultura, onde uma criança não pode portar-se de forma pouco diferente do seria o habitual, que logo já é tachada de transtorno disso ou síndrome daquilo. Está se empurrando uma série de crianças e adultos ao consumo exacerbado de medicações controladas, através de diagnósticos dados sem maior investigação. O resultado são centenas de portadores infelizes, desesperançosos, com desejos de acabar com a própria vida, simplesmente porque as medicações não promovem o resultado esperado, porque podem estar tomando medicações certas porém, para transtornos que não existem. Com isso sofrem pelo transtorno e sofrem por efeitos colaterais.

    ResponderExcluir