A EXTENSÃO DOS SENTIMENTOS.
Ter uma forma de transtorno é uma
experiência única e, na maioria das vezes, bastante dolorosa, incompreendida, censurada,
quando não, desprezada por aqueles que estão tão próximos, o que só faz piorar
ainda mais a situação, causando enorme sensação de abandono e desprezo, nos
fazendo mergulhar ainda mais no sofrimento.
Só quem sofre pode mensurar o que
sente. Pode também estender sua
percepção, para condição e lugares, nos quais gostaria de esconder-se de toda
dor que sente. O único problema é que,
lugares e condições como essas, podem nos fazer entrar de forma até fácil,
porém nos dificulta de deixá-los quando queremos. São condições que nos é oferecida por nosso
inconsciente, como uma forma de conter a dor, quando nossas forças se exaurem,
nos impedindo de procurar por ajuda.
Quem sofre e não tem apoio nem ajuda,
muitas vezes não deseja estar onde está, por frustrar-se com quem deveria
acolher. Deseja tanto fugir e mesmo que
não consiga, sua determinação faz com que seu inconsciente procure alternativas
viáveis e proporcionais à intensidade da dor.
Não.
Não estou falando de loucura ou demência, estou dizendo que quando não
aceitamos nossa condição de transtorno (mais por não entender do que pelos
sintomas que gera), a gerência de nossas ações passa à ser governado por nosso
inconsciente, como fosse ele o nosso "imediato", ou seja, nosso
substituto quando não temos condições emocionais para administrar nossa
condição atual. Nessa hora perdemos
momentaneamente o controle e tudo que doravante acontece, dá-se por comando
inconsciente, motivado por experiências emocionais presas desde quando foram
geradas.
Essas experiências, responsáveis por
terem gerado o respectivo transtorno, se constituíram numa fase precoce da
infância, que pode ter sido entre a fase gestacional até os três ou quatro
anos, em média, podendo ser uma pouco mais, à depender do ambiente e capacidade
cognitiva da criança. Experiências não necessariamente traumáticas, se levado
em conta a baixa capacidade cognitiva para entender o que acontece à sua
volta. Contudo, nossos sintomas quando
adultos, tornam-se intensos porque a experiência vivida pela criança é potencializada
proporcionalmente por sermos adultos, considerando nossas condições
psicoemocionais em lidar com algo desconhecido e ao mesmo tempo, doloroso.
Imagine você num ambiente totalmente
escuro e de repente sente que algo pontudo tocou-lhe a perna ou o braço. Imediatamente já nos causa certo medo, apenas
por não sabermos do que se trata, se esbarramos em algo ou algum inseto nos
picou e, até descobrir (e dependendo de pessoa à pessoa), podemos ficar em
estado ansioso, de medo ou mesmo de pânico.
Nos casos de transtorno, quem vivencia a experiência é a criança que,
por não ter compreendido o que houve, restou pra nós, adultos, vivenciar as
sensações que ela teve, potencializados agora, por nossa idade adulta.
Por não termos idéia de tudo isso,
acabamos por criar (imaginar) situações, com o intuito de tentar justificar o
tamanho da dor que carregamos, cuja a imaginação pode ir além do real, por não
termos a real idéia do que nos "picou".
Nosso inconsciente procura sempre,
nos dar respostas para conter ou nos confortar de nossas dores ou sofrimentos,
proporcionais à intensidade dos mesmos.
São dois os personagens que tem essa função, ou seja, o Ego e o Id. Ambos irão valer-se do que já tivermos
adquiridos, entre informação, conhecimentos e experiências, que poderão vir à
ser utilizados em nosso favor. A
prioridade é sempre do Ego, como administrador racional, valendo-se de
informações e conhecimentos de caráter útil e saudável, de efeito momentâneo ou
prolongado. Quando acha o que quer,
nossa resposta é uma sensação de alívio, seja de dor, estado de tensão,
ansiedade ou sofrimento.
Quando não encontra o que procura (em
tempo hábil, diga-se de passagem), quem assume o dever de ajudar o corpo em sua
demanda é o Id. Este corresponde aos
nossos impulsos, nem sempre maduro ou racional, porque é influenciado por
experiências infantis, cuja resposta pode nos gerar sensações de explosão de
raiva, crises de choro, agressividade verbal ou física (quando não pior),
etc. Pode também, dependendo da
influência, nos levar ao isolamento, retração e até depressão.
Já mencionei em outro artigo, que nós
humanos, também temos nossas "caixas-preta". Numa estão gravadas todo
nosso conhecimento adquirido, enquanto na outra, nossas experiências emocionais
mais intensas, graves ou não. Essas
caixas são abertas sempre em momentos de demanda e, dependendo do momento,
tanto uma quanto as duas podem ser abertas e ter vazadas todo seu conteúdo, que
poderá nos proporcionar sensações tanto de alívio quando de tensão. Outra condição em que elas são abertas é
durante terapia, análise, crise alcoólica e dependência química.
Para evitar que tenhamos como
respostas, sensações piores do que já temos e carregamos, devemos procurar por
adquirir conhecimentos úteis, saudáveis, éticos, morais, religiosos (este de
boa procedência, do contrário nos reportemos diretamente à Deus). Basta se perguntar como gostaria de reagir em
determinadas situações de tensão (em qualquer grau).
Outro exemplo que posso dar: Como gostaria que tivesse o sabor de uma
vitamina de frutas que está preparando ?
saboroso imagino. Então nos resta
selecionar bem, as frutas que desejamos e seu estado de consumo, não concordam
? Tal como em toda refeição que preparamos,
não é verdade ? Na vida é a mesma coisa.
Qualquer estado de dor ou sofrimento
pode ser revertido se, nos propusermos à buscar o que gostaríamos de ter como
resposta. Mesmo a dor da partida de um
ente muito querido, pode ser confortada se tivermos a proximidade de Deus Nosso
Pai e de seu conforto acolhimento. Acredite.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista
PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais
PROJETO VIVA+
Por um Caminho + Seguro.
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