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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

DIVERSIDADE DE TRANSTORNOS II


A EXTENSÃO DOS SENTIMENTOS.



Ter uma forma de transtorno é uma experiência única e, na maioria das vezes, bastante dolorosa, incompreendida, censurada, quando não, desprezada por aqueles que estão tão próximos, o que só faz piorar ainda mais a situação, causando enorme sensação de abandono e desprezo, nos fazendo mergulhar ainda mais no sofrimento.

Só quem sofre pode mensurar o que sente.  Pode também estender sua percepção, para condição e lugares, nos quais gostaria de esconder-se de toda dor que sente.  O único problema é que, lugares e condições como essas, podem nos fazer entrar de forma até fácil, porém nos dificulta de deixá-los quando queremos.  São condições que nos é oferecida por nosso inconsciente, como uma forma de conter a dor, quando nossas forças se exaurem, nos impedindo de procurar por ajuda.

Quem sofre e não tem apoio nem ajuda, muitas vezes não deseja estar onde está, por frustrar-se com quem deveria acolher.   Deseja tanto fugir e mesmo que não consiga, sua determinação faz com que seu inconsciente procure alternativas viáveis e proporcionais à intensidade da dor.

Não.  Não estou falando de loucura ou demência, estou dizendo que quando não aceitamos nossa condição de transtorno (mais por não entender do que pelos sintomas que gera), a gerência de nossas ações passa à ser governado por nosso inconsciente, como fosse ele o nosso "imediato", ou seja, nosso substituto quando não temos condições emocionais para administrar nossa condição atual.  Nessa hora perdemos momentaneamente o controle e tudo que doravante acontece, dá-se por comando inconsciente, motivado por experiências emocionais presas desde quando foram geradas.

Essas experiências, responsáveis por terem gerado o respectivo transtorno, se constituíram numa fase precoce da infância, que pode ter sido entre a fase gestacional até os três ou quatro anos, em média, podendo ser uma pouco mais, à depender do ambiente e capacidade cognitiva da criança. Experiências não necessariamente traumáticas, se levado em conta a baixa capacidade cognitiva para entender o que acontece à sua volta.  Contudo, nossos sintomas quando adultos, tornam-se intensos porque a experiência vivida pela criança é potencializada proporcionalmente por sermos adultos, considerando nossas condições psicoemocionais em lidar com algo desconhecido e ao mesmo tempo, doloroso.

Imagine você num ambiente totalmente escuro e de repente sente que algo pontudo tocou-lhe a perna ou o braço.  Imediatamente já nos causa certo medo, apenas por não sabermos do que se trata, se esbarramos em algo ou algum inseto nos picou e, até descobrir (e dependendo de pessoa à pessoa), podemos ficar em estado ansioso, de medo ou mesmo de pânico.  Nos casos de transtorno, quem vivencia a experiência é a criança que, por não ter compreendido o que houve, restou pra nós, adultos, vivenciar as sensações que ela teve, potencializados agora, por nossa idade adulta.

Por não termos idéia de tudo isso, acabamos por criar (imaginar) situações, com o intuito de tentar justificar o tamanho da dor que carregamos, cuja a imaginação pode ir além do real, por não termos a real idéia do que nos "picou".

Nosso inconsciente procura sempre, nos dar respostas para conter ou nos confortar de nossas dores ou sofrimentos, proporcionais à intensidade dos mesmos.   São dois os personagens que tem essa função, ou seja, o Ego e o Id.  Ambos irão valer-se do que já tivermos adquiridos, entre informação, conhecimentos e experiências, que poderão vir à ser utilizados em nosso favor.  A prioridade é sempre do Ego, como administrador racional, valendo-se de informações e conhecimentos de caráter útil e saudável, de efeito momentâneo ou prolongado.  Quando acha o que quer, nossa resposta é uma sensação de alívio, seja de dor, estado de tensão, ansiedade ou sofrimento.

Quando não encontra o que procura (em tempo hábil, diga-se de passagem), quem assume o dever de ajudar o corpo em sua demanda é o Id.  Este corresponde aos nossos impulsos, nem sempre maduro ou racional, porque é influenciado por experiências infantis, cuja resposta pode nos gerar sensações de explosão de raiva, crises de choro, agressividade verbal ou física (quando não pior), etc.  Pode também, dependendo da influência, nos levar ao isolamento, retração e até depressão.

Já mencionei em outro artigo, que nós humanos, também temos nossas "caixas-preta".  Numa estão gravadas todo nosso conhecimento adquirido, enquanto na outra, nossas experiências emocionais mais intensas, graves ou não.   Essas caixas são abertas sempre em momentos de demanda e, dependendo do momento, tanto uma quanto as duas podem ser abertas e ter vazadas todo seu conteúdo, que poderá nos proporcionar sensações tanto de alívio quando de tensão.  Outra condição em que elas são abertas é durante terapia, análise, crise alcoólica e dependência química.

Para evitar que tenhamos como respostas, sensações piores do que já temos e carregamos, devemos procurar por adquirir conhecimentos úteis, saudáveis, éticos, morais, religiosos (este de boa procedência, do contrário nos reportemos diretamente à Deus).  Basta se perguntar como gostaria de reagir em determinadas situações de tensão (em qualquer grau).  

Outro exemplo que posso dar:  Como gostaria que tivesse o sabor de uma vitamina de frutas que está preparando ?  saboroso imagino.  Então nos resta selecionar bem, as frutas que desejamos e seu estado de consumo, não concordam ?  Tal como em toda refeição que preparamos, não é verdade ?  Na vida é a mesma coisa.

Qualquer estado de dor ou sofrimento pode ser revertido se, nos propusermos à buscar o que gostaríamos de ter como resposta.  Mesmo a dor da partida de um ente muito querido, pode ser confortada se tivermos a proximidade de Deus Nosso Pai e de seu conforto acolhimento. Acredite.

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista

PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais

PROJETO VIVA+
Por um Caminho + Seguro.

              


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