O
Epicentro de Tudo.
Tudo que pudermos imaginar de
errado no mundo, não tem sua origem em cargos, patentes ou classes
sociais. A origem é sempre no homem (o ser
humano), sua constituição, formação, educação e orientações de natureza diversa
(não escolhido por si próprio, mas por seu inconsciente), em compensação à
diversidades, cuja qual não consegue lidar nem aceitar.
Praticamente caímos no velho dilema
de quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha, ou seja, quem é culpado ? O "homem" como pai ou, como filho
? Onde começa o erro ? Não importa o cargo ou função que ocupe, numa
empresa ou na sociedade, ele será sempre reflexo de sua formação e de suas
crenças e, mesmo que não queira, acabará sendo influenciado por eles. O resultado é o que vemos ao nosso redor.
O que temos hoje é uma epidemia
hereditária de formação contaminada por hábitos errados, posturas arbitrárias e
omissas, decisões antidemocráticas, referências institucionais praticamente
falidas e sem um padrão familiar (exemplar) que valha à pena ser seguido. Resultado, o que os filhos absorve é uma
infinidade de "lixo" cultural, que em muito pouco (ou nada) os
ajudará à lidar com suas frustrações e toda sorte de problemas emocionais, pelo
simples fato de não terem nada como "sistema operacional", que o
ajude à gerenciar melhor, sua vida.
Como conseqüência temos hoje,
mais de 250.000.000 de usuários dependentes de drogas, em todo o planeta, um claro sinal que estão deixando os filhos à deriva e ainda lavando as mãos, num
claro sintoma que, por mais trágico que possa parecer, os pais ainda sentem-se
seguros em sua auto afirmação. Alguns fatores "internos", ou seja,
sem influência direta da sociedade, acabam contribuindo para mudança de posturas
que, se persistindo no erro, mais tarde se refletirão em desvios de conduta.
Entre
alguns fatores que destrói um relacionamento com filhos está:
a) Pensar como adultos em relação
à filhos pequenos;
b) Não ouvir os filhos antes de
julgá-los e "sentenciá-los";
c) Mostrar-se indiferente aos
problemas que passam;
d) Decidir por eles ao invés de
ajudá-los nas decisões;
e) Esconder problemas que eles
certamente sabem que existe;
f) Compensar ausência física em
vez de manter presença psicológica;
g) Descontar nos filhos problemas
pessoais, sem se desculpar;
h) Achar que ofensas que
fazemos ou dizemos à eles, não ficam marcados;
g) Tomar partido em brigas em vez
de induzi-los ao entendimento comum.
É difícil saber de que forma que
as crianças vem ao mundo, pois que o nosso inconsciente nasce junto com a
formação do cérebro do feto, ainda no útero e desde então já começa registrar
todos os momentos do corpo que o abriga.
Pequenos sustos, discussões da mãe, brigas severas com alto estado de
tensão, com palavrões e ameaças verbais (também sentido pelo feto); tentativas
de aborto, etc., tudo é registrado e de alguma forma e (à depender do grau de
intensidade) vai influenciar na criança, depois de nascida e também na fase
infantil e/ou adolescente.
O "ambiente" externo às
residências, não apenas influencia mas acaba concorrendo com tudo que passamos
aos filhos como formação e educação. Nas
ruas estão todos os modelos de comportamento e numa quantidade assombrosa, que
acaba colocando em xeque tudo que ensinamos.
Compactando esse ambiente externo temos as salas de aula de colégios e
faculdades (além dos próprios), com inúmeros modelos de família e educação.
Já pensaram na complexidade que é
educar e formar os filhos para viverem num mundo tão complexo ? Não é à toa a existência de um caos global,
com diversas formas de ameaça à nossas vidas.
Ameaças feitas não por
países, partidos, seitas ou crime organizado.
Ameaças feitas por pessoas que os defende e protege, pessoas que já
fizeram parte de uma família e que, por alguma razão os abandonou. Não precisamos pensar de formal global (se
achar que estou sendo radical). Podemos
pensar em região, sua região, seu estado, sua cidade, suas próprias facções de
crime.
Não estou escrevendo isso para
tentar recuperar os que estão perdidos, mas para conter a fuga e perda de mais
filhos. Filhos que podem se perder mesmo
morando debaixo do mesmo teto, porque os pais mal sabem o que eles fazem ou com
quem eles andam e, quando conseguem descobrir, muitas vezes já é tarde pra que
o algum mal seja evitado.
A família é o Epicentro do mundo,
todos os males que recaem sobre as famílias foram produzidos por ela própria,
tempos atrás. É como jogar os filhos pro
alto sem saber onde e como cairão. Antes
da família vem o conceito que se faz da mesma.
O que entendemos por família ? A resposta não anda correspondendo as
expectativas dos filhos, que estão sentindo-se largados feito compartimento de foguete à lua, antes
mesmo de deixar o solo. A concepção de
família, hoje, estão muito aquém da idéia que se tinha à cinqüenta anos atrás,
quando havia um único padrão familiar, com raríssimas exceções.
A pergunta que fica é: Qual a concepção que os novos casais tem, do
que chamam de família ? Quando está previsto começar à se afastar dos filhos
pra cuidar dos próprios interesses ? Em
algum momento pensam em retomar a relação afetiva com eles ou vão continuar à
tratá-los como estimação ?
Pensem nas respostas, porque
delas poderá depender o futuro de vocês e, quem sabe, da humanidade.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador / Psicanalista
PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.