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quinta-feira, 29 de junho de 2017

TRANSTORNO (Psicológico) PSIQUIÁTRICO INFANTIL


O “ambiente” tanto gera quanto alimenta.


Um dos grandes vilões dos transtornos psiquiátricos (praticamente todos) é o “ambiente”, ou seja, o mundo que nos rodeia, a família que nos cerca e nos acolhe (pelo menos é assim que deveria ser).  Falar em ambiente é praticamente se referir à tudo que é externo ao homem, isto é, qualquer coisa, aqui, ali, aculá (menos eu).   O ambiente tanto pode gerar uma circunstância que me leva à constituir um transtorno, um complexo psicológico, corroborar no desencadeamento de crises e também, fazer prosperar nossos sintomas de depressão.

Ambiente, também está relacionado à experiência emocional, vivida de forma dolorosa, tensa, alegre, feliz, descontente, revoltante (mesmo que momentaneamente), durante um jantar, um evento, aniversário, na escola, no futebol ou na companhia do papai, da mamãe e outros.  É no dia a dia de nossa vida que o “ambiente propício” pode ser gerado e por conseguinte, seu sentimento correspondente e por último a atribuição de um personagem (até então) desconhecido, preocupado com nosso bem estar, vai guardar essas memórias “azedas” como recordação, à fim de nos mostrar o álbum, se necessário, em momento oportuno e futuro.  Estou referindo ao nosso inconsciente.

Só que ele nos exibirá apenas a sensação e não o fato em si e isso deixará a pessoa bem estranha, perturbada, por não conseguir entender a mudança involuntária e repentina de postura.  Conforme o episódio vivenciado, sua severidade, a idade que tinha, o ambiente, personagens presentes, cenários à volta, é grande a chance de se constituir um transtorno, que pode ir desde uma ansiedade, pânico, Bipolaridade, até transtornos pouco mais severos, como Depressão, esquizofrenia e outros.  E pensar que poderia ter sido evitado.

Pedir aos pais, que hoje, deixem de fazer coisas e criar hábitos compulsivos que sacrifiquem a convivência familiar...é difícil.  Tranquilidade é algo que se pode emoldurar e pendurar na parede, tudo tem que ser correndo, encima da hora, quase procrastinado, tanto pra sair de casa quanto o regresso, da escola, do trabalho, da academia, da igreja, do banho, direto pra cama.  Dizer boa noite é quase uma loteria.

Se a vida corrida dos pais não pode ter um freio, alguns hábitos pode ser inseridos, para que num futuro próximo não surja uma inédita preocupação com algum membro da família, com suposta suspeita de ter algum tipo de transtorno (ou distúrbio psicológico) que, se confirmado, poderá alterar a rotina da família.  Para que isso não ocorra, há um recurso nada difícil porém necessário.   Fazer um diário da vida dos filhos, em praticamente tudo que houver de experiências negativas, tristes, dolorosas, frustrantes, decepcionante, sentimentos de perda (parentes e até animais de estimação).  Sustos, medo, pavor, em decorrência de qualquer coisa.  Pode pedir ao(s) filho(s) que eles mesmos possa fazer isso.  Pedir à eles pra contar como foi o dia deles, na escola, na casa da vovó, na creche, também ajuda.   Mantenha esse interesse, que eles manterão a sinceridade em contá-los.

Porque isso ?  porque quando crescem, esquecem muitas coisas da infância, inclusive momentos tristes e dolorosos, mas que terão sido gravados pelo inconsciente.  O que temos de fazer é a mesma coisa, por que o inconsciente lembrará apenas uma sensação que vivenciou e não se sabe de quando, enquanto os pais registrarão as mesmas coisas, que é pra quando (se ocorrer) de estarem revivendo memórias e, pelo tipo que for, será mais fácil identificar a época e até o evento em si, facilitando e muito a remissão do complexo psicológico, inclusive pelo terapeuta. 

Não sofremos por ter transtorno, complexo ou distúrbio psicológico.  Sofremos por não entender o que está acontecendo conosco (nossas “mudanças”).   Uma forma de identificar que alguma memória antiga esteja interferindo no comportamento, é verificar mudança persistente do temperamento habitual.  É por onde começa a influência do passado.

Outra medida que pode ser adotada para se evitar ou se abrandar os efeitos de um possível problema psicológico ou a suspeita de um transtorno (mantendo a ideia inicial de gravar e guardar, fatos da vida dos filhos pequenos) é, à cada 3 ou 6 meses, os pais podem partilhar desses fatos com os filhos, pra que tomem ciência do que houve, para que, sendo acometidos pela influência do inconsciente, não seja pegos de surpresa e saibam quais sentimento foram decorrentes de qual fato.  Fazê-los entender que nada é por acaso e que possam discutir sobre essas coisas com toda espontaneidade.  Nunca subestime a curiosidade de uma criança, não brigue achando que eles não estão entendendo, mas o inconsciente deles está.

Vale lembrar que a nossa forma de ver as coisas é diferente de uma criança, pois ela enxerga com mais ingenuidade e pureza ou também, possa alimentar algum ressentimento, sentimento de raiva ou ciúme por conta de algo que ela não aceita.  Esses sentimentos ficam guardados e, quando interferir (quando adulto) será quase insuportável lidar, porque será uma criança no controle.  Por isso nada pode passar despercebido. 

Não se trata apenas de transtorno, pode ser que a criança (no inconsciente), que sofreu por algo que considerou injusto, queira revidar (ainda não entende o termo vingar) e, por não conseguir mais fazê-lo contra seu autor e algoz, escolha outra pessoa como “personagem” (suporte), dele ou dela, que fará passar pelo que passou, só que como um disco arranhado, de forma ininterrupta e sem saber, porque nem desconfia que é outro que o está “manipulando” e usando seu corpo como instrumento de dor.

Guardar a infância dos filhos, serve para saber a origem desses comportamentos.  Conversar, mostrar esses momentos passados, ajudará a criança à entender e não guardar mágoa nem raiva.  Não é só pela criança, mas por aqueles que poderão passar maus bocados por conta de seu histórico pregresso.

O que muitos consideram uma “graça”, ver os filhos bronquearem por algo, é subestimar o que estão sentindo naquele momento e que poderá se converter em problemas psicológicos futuros.  Basta acompanhar o crescimento e desenvolvimento deles, estabelecendo padrões de comportamento para que, ao sinal de mudanças, procurar investigar, conversar e faze-los entender que nem tudo é perfeito e nada é 100 por cento, pra desejar que seja sempre do nosso jeito.  Delegue à eles a capacidade e direito de tomar decisões, dentro do “quadro” que se apresenta, para que eles vejam por si próprio que não é possível ser ou ter naquele momento. 

Se houver dois filhos (ou mais), procure ser o mais imparcial possível, não defendendo um em detrimento do outro, mas mostrar a necessidade de atenção que  um, requer num dado momento.  Se dois brigarem por algo, não banque o juíz querendo saber quem foi o culpado.  Suspenda ou retire a razão da discórdia, prometendo reaver somente quando eles se entenderem.  Quem revida perde a razão.  Assim eles saberão que somente pela união se consegue as coisas com “papai ou com a mamãe”. rsr


"UMA TRIPULAÇÃO UNIDA É A CERTEZA DE UMA VIAGEM SEGURA".



Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador / Psicanalista Auto-Didata

PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais

              

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