O QUE ME LEVA À BRIGAR ?
O primeiro fator que devemos considerar é que o
ato de brigar, discutir, ofender, agredir, representa perda do controle da
nossa vontade. É como se o instrumento
que usamos para agredir, de repente se voltasse contra nós, sem conseguirmos
contê-lo, para não nos ferir.
Sempre que fazemos algo contra outrem, o
fazemos contra nós mesmos. Isso porque não estamos fazendo (agredindo,
ofendendo) por nossa própria vontade e sim, para proteger um medo que há dentro
de nós. Vivemos para proteger e
alimentar nossos medos, todos nós temos um (ou vários). Usamos de desculpas e argumentos táteis para
ofender à outros, quando na verdade a verdadeira causa está dentro de nós.
Brigar, ofender, machucar, ferir e até matar
(ainda que acidentalmente) representa baixa tolerância. Sinal que estamos nos “explodindo” por muito
pouco, o que pode representar perda do nosso auto controle diante de fatos até
banais. É como nos vender por pechincha. O medo que nos controla, também nos impõe
limites (muitos baixos) de suportar o que não aceitamos, levando-nos à
explosões de raiva, de chôro, de desespero, com muita facilidade e com muita
frequência.
Exposição (emocional) não é sinal de fraqueza,
mas de vulnerabilidade emocional diante de situações, da qual não consegue
compreender de imediato, pela falta de iniciativa de tentar entender para
aceitar para resolver. Vai requerer mais
tempo, mais paciência, mas no fim você sairá lucrando, por não precisar se
culpar por ter agredido ou ofendido ou não ser julgado por uma personalidade,
que de fato você não tem.
Se nos deixarmos levar por assumir uma
personalidade (fictícia) que acredita ter ou ser, a tendência é que irá
mergulhar num mundo do qual dificilmente poderá voltar, pois irá cada vez mais,
exercer o que acredita ser; Primeiro por
acreditar ser a resposta pra tudo, mais tarde por achar que já avançou tanto,
que não tem mais volta. Pra Deus, sempre
há (Ezequiel 19-21).
O que faz parecer um problema ser grande é a
forma de como o vejo e, esta forma está condicionada à minha habilidade em
tentar entendê-lo, aceitá-lo, tratá-lo e resolvê-lo (ainda que seja
adiá-lo. Pelo menos terá
enfrentado). Quando me recuso de
imediato à aceitar algo que não entendo, entrego o controle da minha vontade à
uma parte “interna” de mim, que responderá (sem
meu consentimento) da forma que julgar mais conveniente, manifestando o que
de fato não sou.
Ninguém faz nada se não em razão de algo que o
motive (inconscientemente).
Contenha o primeiro impulso, reflita, entenda e
então decida. Por certo a decisão será
diferente e menos danosa, tento para si quanto para outrem. Os que desejarem optar por afrontar,
certamente ainda não compreenderam e estão se “vendendo” pela primeira “oferta”.
Ser forte é ser capaz de decidir quando
é o momento certo de lutar (e pelos motivos certos).
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador / Psicanalista Auto-Didata
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