Projeto VIVA +

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

TRANSTORNO BORDERLINE


PODE NÃO SER O QUE IMAGINAMOS !



Pessoal, transtorno Borderline é mais um transtorno. Transtorno é reflexo de um evento vivido quando criança (à época dela). O que eu quero dizer com isso ? Que para uma criança, não é preciso muito para deixá-la desconfortada ou incomodada com alguma coisa. E quanto menor é a criança (de poucos meses ou feto), ela sente mais ainda qualquer desconforto, físico ou emocional. 

É a intensidade desses incômodos que faz toda diferença, pois que, ao tornar-se mais severo (não necessariamente grave), o inconsciente grava-o e guarda para nos mostrar mais tarde, como quem diz: "Veja, foi isso que aconteceu com você". Só que o inconsciente não diz isso com todas as letras, ele faz lembrar apenas a sensação que vivenciamos. E é isso que, por não entendermos, se converte em sintomas e crises e por fim se converte numa classificação do CID-10.

Pois bem, o que é levado em conta para que um evento se converta em um transtorno ?

1) A idade da criança (à época do evento)
2) O tipo de evento
3) A severidade do evento (não necessariamente grave)
4) O local onde ocorreu o evento (cenário em torno)
5) O ambiente de convivência do novo portador de um transtorno.

Tipo de evento pode ser um desconforto físico prolongado (podendo gerar dor, medo ou mesmo pânico).  Pode ser um evento único relevante ou algo mais prolongado. 

O termo cenário, para o local do evento, significa onde que ele ocorreu, se dentro de casa ou na rua e, dependendo de onde seja, existe todo o cenário constituído à sua volta, envolvendo pessoas (voz, vestuário, personalidade) ou objetos (que neste caso são muitos).  Por que o cenário é relevante ?   Porque quando o inconsciente perceber, no tempo presente, algo ou alguém que se assemelha ao evento vivenciado, ele o fará relembrar das sensações que teve na quela época.  Aqueles desconfortos emocionais que sentimos vez ou outra, não importa onde estejamos.

Vale lembrar que, existe situações em que, em razão de membros de uma mesma família estarem com um mesmo transtorno, a ideia é "vendida" para o novo membro, que à compra por sua ingenuidade e passa à viver como tal, por achar que alguns comportamentos se assemelham. 

Em se tratando de transtorno, ninguém o ganha de forma genética. O que se herda são traços comportamentais e de personalidade (não necessariamente o mesmo transtorno), cujo o mesmo, pode ser reversível se, bem tratado.

Transtorno Borderline (pouco mais severo que um transtorno bipolar), dá indícios que a severidade do evento que sofreu quando criança, tenha sido um pouco mais intenso ou, de forma mais prolongada. Sofremos por não entender o que se passa (e não por termos um transtorno). Se pararmos para refletir sobre isso, poderemos respirar melhor. 

Então aprofunde seu conhecimento sobre o que você carrega consigo. Se vamos entrar em combate com algo, precisamos conhecer suas fraquezas (que só se torna forte por não o conhecermos). O que vocês sentem (se parar pra perceber), são atitudes pouco infantis, em razão de estarem revivendo fatos de quando criança ou bebês ou mesmo feto (uma vez que um feto sente tudo que se passa com a mãe e absorve seu estado de tensão).

Uma gestante pode levar um susto, discutir com alguém, aborrecer-se com uma situação, estar dirigindo ou ser passageira num trânsito engarrafado, com horário aperto para um compromisso, etc. Tudo isso, se levado com apreensão, quer queira ou não, o feto irá absorver.

Não se esconda do transtorno, ocupe-se dele, estude-o, conheça-o e vai poder viver uma vida muito melhor.   Reitero o desejo que vejam o artigo sobre induzir hábitos (http://deondeparei.blogspot.com.br/2017/09/transtornos-induzem-habitos.html) ele os ajudará à retomar o controle da vontade e permitir retomar as rédeas da vida de vocês, novamente.


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-Didata

               

Contatos:  https://www.facebook.com/Prof.EpifanioAmadeu